sábado, novembro 20, 2004
"Vivera muito tempo perdida no passado. Aquele tempo verbal cheio de perfeições, mais que perfeições mas também imperfeições. Aquele tempo que já existiu, mas não é mais. Vivera, portanto, perdida em saudades de acontecimentos, alguns reais, alguns que suas memórias já tinham tornado mais que perfeitos, quando haviam sido pouco mais que imperfeitos. Acreditara por muito tempo em suas próprias memórias, sem saber que eram suas próprias construções. Sem saber que de certa forma mentia para si mesma. Menos por maldade ou masoquismo, mas talvez por medo ou covardia. De viver o presente."
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