"O que faz alguém escolher um meio de comunicação do qual desconfia quando bem poderia chamar para um papo ao pé do ouvido no corredor? A idéia de que o corredor talvez estivesse, na cabecinha daquela Danna Scully da Carlos Góes, infestado de microfones conectados diretamente à sala de Umberto Milano arrancou de Bernardino o primeiro sorriso desde que aquele pipocar de mensagens começara."
De cada amor tu herdarás só o cinismo, de Arthur Dapieve.
Dapieve, em sua prosa simples, quase parecendo simplista, consegue no seu primeiro romance passar além da enxurrada de referências a cultura pop e enxergar também um pouco dos relacionamentos no século XXI (que no fundo não devem ser assim tão diferentes daqueles do século XII: homem e mulher, ou seja duas pessoas, que se querem e todo o resto de si mesmos e do mundo a atrapalhar). Não, não é Nick Hornby, mas consegue prender a gente ao livro. Como nas suas crônicas.
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