"Ai que saudade, do céu, do sal, do sol de Maceió"
(Autor desconhecido, pelo menos por mim)
Pouco tempo para sentir saudades, poderiam me dizer. Apenas algumas horas de volta dessa terra simples mas bonita como só.
Mas que disse que saudade tem tempo???
As minhas não têm e por isso canto minhas saudades de um lugar onde fui hospedada com carinho. Onde fui a belas praias, tranquilas, para se nadar junto com os peixes. E outras bravas, com ondas a serem domadas por homens em pranchas. Onde a vida é mais tranquila que neste Rio de Janeiro. Onde não se precisa saber de tudo a todo tempo. Diria que parece haver mais tempo para viver.
Mas isso não faria sentido, pois vive-se no Rio. Talvez a questão seja a vida que nos é ditada pela cultura da qual pode ser difícil desvencilhar-se. Talvez fora das grandes metrópoles seja mais fácil não precisar saber do último desfile do SP Fashion Week, do cult badalado ou onde foi o último tiroteio.
Talvez seja mais fácil ser mais autêntico. Ou não, talvez hajam outras amarras nas cidades menos cosmopolitas. As amarras sociais existem em qualquer lugar onde haja mais de um ser humano, onde haja sociedade.
Mas é bom lembrar que a realidade carioca não é a única. Duvidar das certezas e verdades é sempre um exercício estimulante. Tal qual conhecer novos lugares, pessoas, histórias, fazer amizades.
Permite pensar em possibilidades.
E na perfeição de céu estrelado acima das nuvens que vi ao decolar de Maceió. Imagem de filme.
"Navegar é preciso. Viver não é preciso."
(Fernando Pessoa)
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