Primeiro filme do ano: Dias Selvagens, de Wong Kar Wai.
Cineclube Odeon. Pré-estréia do filme que é o "primeiro" da mezzo-trilogia continuada com "Amor á flor da pele" e "2046". O último foi um filme catártico de 2006. "Dias Selvagens" teve menor apelo emocional, mas ainda assim é um belo filme sobre o desejo. Esse que nos domina, por mais que tentemos domá-lo. Esse que retorna do nada (será?) e nos angustia, quando ainda não somos capazes de dar conta dele. De bem aceitá-lo. Mas esse mesmo desejo é só nosso, de mais ninguém. Não vem de um além, mas de dentro de algum lugar que está em nós. Por mais que não saibamos o que fazer com ele, é nosso, e a angústia sobrevem da incapacidade de aceitar o que é nosso.
Por mais que se tente, é impossível negar o desejo, amor, paixão. Tantos nomes para uma só coisa: a necessidade de não se sentir só ao longo do nosso tempo no universo.
E o tempo é um outro fator importante no filme (ainda falava sobre o filme?). Pois o desejo não conhece tempo e pode ser satisfeito (parcialmente) em 1 minuto. Ou pode o amor surgir de um momento, de um gesto, de um olhar.
O que parece permanente é a necessidade. Que sempre levará a a novos desejos, amores paixões. Cabe apenas escolher o objeto amado. Escolher????
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