O imaginário, as fantasias que criamos, são parte integrante do chamado aparelho psíquico, daquilo que somos. Ainda que por vezes possam parecer descartáveis, infantis ou bobas, e até incomodem, elas são também inerentes ao que somos e apontam para algo do desejo, da verdade de cada um. Tanto que tendem a ser guardadas com carinho, como aquilo que nos lembra do que realmente deveria ser (e os sonhadores, os artistas são sempre reconhecidos, lembro aqui de John Lennon). Ou também podem se tornar obsessões...
Em "The Perverts Guide To Cinema" Slavoj Zizek fala da fantasia a partir do filme Um Corpo que Cai (Vertigo), citando como a fantasia do personagem de James Stuart de reencontrar a mulher amada, então morta, se transforma em uma obsessão. Em determinado ponto, na tentativa de tornar sua fantasia realidade, ele simplesmente transforma uma Kim Novak na outra (que também era interpretada por Kim, talvez porque no final o objeto sempre seja um só?). Mas a realização da fantasia ganha ares de pesadelo para nós espectadores, como explica Zizek, há sempre algo de estranho, bizarro na realização plena de uma fantasia. Mas naquele momento James Stuart não percebe isso, apenas nós...
Ainda Zizek, em seu texto Lacan as Viewer of Casablanca, fala sobre essa dualidade da fantasia, que nesse texto fica sob o olhar de um Ideal do Eu que precisa esconder o conteúdo sexual ou agressivo, em suma desejante, da fantasia e ainda daquele de um Super Eu que irrompe em angústia para fazer recordar exatamente do que falta nessa fantasia "asséptica" do Ideal do Eu. A fantasia fica então entre o aceitável cheio de angústia pelo que falta e o bizarro da realização plena.
Não é fácil, portanto, ser sujeito desejante. Há que se escolher todo o tempo, sabendo sempre que algo se perde na escolha. Há ainda a saída da sublimação, da arte. Por isso escrever palavras, talvez uma tentiva de exorcizar fantasias desejantes que tentam o ser humano.
Uma última citação: Sombras de Goya (Goya´s Ghosts), novo filme de Milos Forman, fala também de tentação, desejo, loucura, poder, arte e sublimação.
Em "The Perverts Guide To Cinema" Slavoj Zizek fala da fantasia a partir do filme Um Corpo que Cai (Vertigo), citando como a fantasia do personagem de James Stuart de reencontrar a mulher amada, então morta, se transforma em uma obsessão. Em determinado ponto, na tentativa de tornar sua fantasia realidade, ele simplesmente transforma uma Kim Novak na outra (que também era interpretada por Kim, talvez porque no final o objeto sempre seja um só?). Mas a realização da fantasia ganha ares de pesadelo para nós espectadores, como explica Zizek, há sempre algo de estranho, bizarro na realização plena de uma fantasia. Mas naquele momento James Stuart não percebe isso, apenas nós...
Ainda Zizek, em seu texto Lacan as Viewer of Casablanca, fala sobre essa dualidade da fantasia, que nesse texto fica sob o olhar de um Ideal do Eu que precisa esconder o conteúdo sexual ou agressivo, em suma desejante, da fantasia e ainda daquele de um Super Eu que irrompe em angústia para fazer recordar exatamente do que falta nessa fantasia "asséptica" do Ideal do Eu. A fantasia fica então entre o aceitável cheio de angústia pelo que falta e o bizarro da realização plena.
Não é fácil, portanto, ser sujeito desejante. Há que se escolher todo o tempo, sabendo sempre que algo se perde na escolha. Há ainda a saída da sublimação, da arte. Por isso escrever palavras, talvez uma tentiva de exorcizar fantasias desejantes que tentam o ser humano.
Uma última citação: Sombras de Goya (Goya´s Ghosts), novo filme de Milos Forman, fala também de tentação, desejo, loucura, poder, arte e sublimação.
3 comentários:
Eu postei um comentario aqui faz tempo, mas sei lá que aconteceu... ele não mais esta ai... que pena
Tá aqui do lado! É que por erro meu o blog tem duas entradas de comentários diferentes. Tudo bom? :-)
Clarisse, estou tentando voltar ao blog, embora o weblogger esteja fora do ar...necessidade de expressão...bjos e tô rindo até agora com o 'eu podia ser ...'
Giselle- que tinha um blog
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