O inverno no Rio de Janeiro é um convite à melancolia. O sol mais frio, uma cidade sob uma luz dourada mais pálida, mais intimista que aquela do dias de veraneio. Um convite ao tempo, sem a premência do calor, cantada pelos Hermanos em "Deixa o verão pra mais tarde". Tempo de pensar, de parar numa tarde de domingo. De acordar em outra cidade, inundada pela nostalgia, pela sensação da perda, do tempo que se vai, das mudanças inevitáveis, da saudade de algo imemorial, cujo registro não é do pensamento, só do afeto. Do vento frio que parece evidenciar a tal solidão do afeto ao mesmo tempo que estimula fantasias de memórias, do que foi e do que foi apenas quase. Isso que irrompe no meio da tarde fria e ensolarada de domingo.
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