domingo, maio 05, 2002

Katie Carr precisa passar sua vida a limpo. É médica e não consegue ajudar totalmente os pacientes; divide seus dias entre o trabalho, as contas a pagar e um amante sem graça, enquanto o marido, um escritor de colunas maldosas, cuida da casa e das crianças. De um estacionamento, pelo telefone celular, ela resolve, então, pedir o divórcio ao marido. A partir daí, Kate passa a avliar, de maneira sarcasticamente engraçada, os ri\umos que sua vida tomou, botando em xeque se ela realmente seria uma pessoa tão legal quanto julgava ser.
Como se legal revela um Hornby que faz seus personagens realizarem verdadeiras viagens interiores, questinando suas histórias, atitudes e opções.

Contra capa de Como ser legal, de Nick Hornby, ed. Rocco

Sabe aquela sensação de saber que você tem de ter um certo objeto, um cd, um livro??

Eu passei por isso na sexta-feira ao ler a contra capa de Como Ser Legal, o novo livro de Nick Hornby. Eu já havia lido Alta Fidelidade, quando foi lançado aqui. Apesar (e por causa) da divisão que criaram na época: Alta Fidelidade era o livro sobre homens e O Diário de Bridget Jones o livro sobre as mulheres, eu preferi ler o livro de Nick Hornby, até porque esperava entender melhor o universo masculino. Acho que ajudou muito e de qualquer forma é uma ótima leitura, a meu ver melhor que Bridget Jones. Entretanto, no caso das adaptações cinematográficas acho que Bridget Jones é um filme melhor que o livro e o mesmo não acontece com Alta Fidelidade. O que não significa que o filme Alta Fidelidade não seja bom e até melhor que o filme O Diário de Bridget Jones, mas como adpatação o segundo supera o livro, e na minha opinião o primiero fica a dever alguma coisa (mesmo com os talentos de John Cusack e Stephen Frears). Parece que a peça A Vida é Cheia de Som e Fúria, que esteve em cartaz aqui no Rio ano passado, consegue captar melhor o livro. Infelizmente não assisti...

De qualquer forma, não era sobre esses livros e filmes e peça que queria falar e sim sobre Como Ser Legal. Na verdade nem tenho muito o que falar pois ainda estou começando a ler o livro mas me surpreendi logo no início, já na contra capa. Afinal sou mulher, (quase) médica, não sou casada ou tenho filhos mas me preocupo bastante em ser uma pessoa legal ou boa, dependendo da sua interpretação da versão original How To Be Good.

E a última frase do primeiro parágrafo do livro não poderia ser mais direta, falar mais alto a uma dúvida que tenho desde alguns meses atrás: Ás vezes, nós temos de ser julgados pelas coisas que só fazemos uma vez.

Katie Carr, a protagonista do livro, chega a conclusão de que quando fazemos algo que aparentemente não pertence a nossas características habituais, mesmo que só por uma vez, isso passa a ser uma característica sua, principalmente se for algo significativo, como pedir o divórcio pelo telefone celular (o caso dela), matar ou quem sabe, trair alguém (direta ou indiretamente).

Nick Hornby já havia me mostrado o que é o universo masculino, aquele dos homens que têm dificuldade para crescer (quase todos que eu conheço e adoro). E agora parece que vai me ajudar entender o meu prórpio universo, o das garotas que crescem, se tornam mulheres, têm de lidar com os rapazes que não querem crescer (e talvez elas também não quisessem) e ainda tentam ser pessoas boas, legais...


Você assiste um filme e acha que entendeu a história.

Aí você visita o Metaphilm e descobre que podem haver outras interpretações até para o clássico infanto-juvenil Mary Poppins...

Adorei esse site e não apenas recomendo, digo que ele deve ser visitado por qualquer pessoa que goste de textos inteligentes e divertidos. E agradeço ao Tiago Teixeixera por ter chegado lá!!