sábado, fevereiro 19, 2005

No Refrigerador dos Mutantes encontrei a Carolina do Chico, que procurava, e também por Quase um Segundo chorei ao lembrar. Mas não foi do Cazuza (ou dos Mutantes ou Chico) que lembrei...
Luiza tinha nome de música de Tom Jobim. Como todos nós tivera seu destino traçado pelo nome escolhido por seus pais, assim acreditam alguns. Música bonita, nome bonito, menina bonita. Sempre ouvira essas frases.

Luiza conhecia Luiza desde pequena. Sempre ouvira em sua casa a música pela qual recebera seu nome e seu destino. Quando criança encantava-se com a descrição da lua. "Lua, espada nua, bóia no céu, imensa e amarela, Tão redonda a lua, como flutua, Vem navegando o azul do firmamento". Encantava-se com imagem da lua como um grande navio redondo passeando pelo céu. Sorria com o pai quando este, ao ver a lua junto com ela, cantava o trecho favorito da filha.

Mais tarde Luiza se tornou uma esperança. Apaixonava-se sempre esperando que aquele fosse ser seu "pobre amador apaixonado". Mas Luiza, filha de escritor e professora, neta de advogados, moradora de Ipanema, estudante da PUC, conhecia até alguns trovadores cheios de estrelas. Mas as estrelas tinham brilho fugaz. Luiza, para não desmentir seu destino, se fazia de difícil e esperava por aquele que se atreveria a descobrir seu coração embaixo da neve.

E Luiza ficou esperando pelo trovador que descobriria nela a rosa louca. Esquecia, logo ela estudante de Literatura, que trovadores eram figuras da Idade Média. Não entendia que se a rosa era ela, não precisava de um outro para se descobrir. E perdera-se em acreditar no destino descrito pela música. Ficou esperando pelo destino que lhe tinha sido presenteado desde o início. A música contava sua vida para que fosse em busca dela, não para que ficasse esperando por ela.

Luiza talvez devesse ter se chamado Carolina.
Livremente inspirado no fim do horário de verão

Tinha sono mas não queria dormir. Lutava contra aquela sensação a qual sempre se entregara com facilidade, aos braços de Morfeu como dizia seu pai. Porque não aceitava aquele pequeno prazer que restituia suas forças e seus sonhos? Talvez porque dessa vez dormir significava matar mais rapidamente seu sonho real. Acordaria no dia seguinte, quando tudo estaria igual. Nada acontecendo. E teria mais certeza de que não o fim não era fruto de sua imaginação.

Queria duvidar para poder sonhar. Acordada.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Acreditava que tudo seria mais fácil se pudesse esquecer. Ainda não vira "Brilho eterno de uma mente sem lembraças". Não sabia que no final tudo que resta são nossas memórias, aquelas dos momentos que, fosse o mundo perfeito como queria, durariam para sempre. E não sabia também que esquecendo estaria apta a viver tudo novamente, pois parece que algumas coisas (senão todas) na vida são inevitáveis (Destino? Plano Celestial?). Até mesmo a tristeza... E a inexorabilidade do amor!

domingo, fevereiro 13, 2005

Meu um quarto de século termina esse ano. Estou triste, como sempre antecipadamente, por isso. Mas consigo lembrar que esse fim significa também um início, o do segundo quarto de século!
Não mentirei a vocês, desejo viver 4 quartos completos. Pouco provável, sei eu, (não, não sou uma pessoa muito saudável) mas é um pequeno sonho de participar por 100 anos da vida e história desse planetinha...
É reconfortante pensar que todo fim contém em si um outro início. Quero acreditar nisso. Talvez queiramos todos, não? É uma forma de aliviar a tristeza inerente ao fim. E se no caos aparente do Universo existe algo de inteligente e elegante, como também por muitas vezes parece, então essa Inteligência pode ter sido generosa o bastante para nos conceder sempre um início em todo e cada final.
E a aventura não termina, ainda que assim pareça. Tudo não passaria de nossas próprias ilusões e conclusões preciptadas. Coisas de seres que não entendem o todo, só veêm as partes...

(Claro está que isso tudo é construção, partindo da importância dos 25 anos e seus ciclos ao longo da vida.)

I want to believe! ;-)
Ainda Carnaval

"...
Pega a viola o repentista
Conta em versos que o grande artista
Da Dinamarca voou foi além
Como um cisne altaneiro
Hans Christian Andersen
..."
Uma delirante confusão fabulística samba-enredo de 2005 do G.R.E.S. Imperatiz Leopoldinense

Só pra constar que minha escola favorita de sempre trouxe o samba mais lindo desse ano, na minha opinião, claro!