sábado, fevereiro 09, 2002

Todo Carnaval Tem Seu Fim
Marcelo Camelo

Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia, ainda de pé, o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é dada com fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer pra ver deitar o novo

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
> É o fim

- Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz !

Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco?
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
- "Pra que mudar?"
- Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!


Então, uma música em homenagem ao Carnaval, a maior festa popular do Brasil, um exemplo de que a globalização pode dar certo se novos elementos forem adicionados sem que haja perda do valores básicos da população. Veja o desfile das Escolas de Samba do Rio, a técnica melhora a cada ano, tudo fica grandioso, mas o samba, a festa das pessoas que dão duro o ano inteiro pensando só naqueles 80 minutos na Sapucaí, estes continuam lá, mostrando quais são as raízes do povo brasileiro. O mesmo se repete no Nordeste, que a cada ano recebe mais turistas.

A música é do Los Hermanos, a banda que superou Ana Júlia com um disco muito legal, que ao ser ouvido faz você se perguntar: Mas de onde saiu a Ana Júlia? Se você não gostava daquela música, deixe seus preconceitos de lado e ouça Bloco do Eu Sozinho, você descobrirá que existe muito mais musicalidade naqueles rapazes do que você imagina!!

Um adendo: eu gosto de Ana Julia!
Humor algo melhor esta manhã, provavelmente a garoa (se São Paulo pode fazer desfile de Escola de Samba - muito sem graça, diga-se de passagem -, pode garoar no Rio, sim!) ajuda, o que é um sentimento mesquinho, já que esse tempo fechado estraga o carnaval de um montão de gente. Mas ao mesmo tempo, quando se está viajando nem mesmo a chuva estraga a diversão. De qualquer forma, é melhor que o tempo melhore e eu sei que vai melhorar!

Chega de usar o blog como diário! É bem coisa de menina, não?

sexta-feira, fevereiro 08, 2002

Mais um rápido desabafo chato...

Só não entendo como esse povo insulano diz naquela baboseira pseudo-assistencialista de O Bairro Que Eu Quero do RJ TV (que chegou a ser um bom telejornal local, na época de Renata Capucci e Marcio Gomes, aí a Renata saiu eu não sei porque e o jornal ficou desse jeito, assistencialista e criando polêmica só para aparecer...) que o melhor da Ilha é o transporte.

Um lugar onde dependemos de kombis (em geral percurssos internos) e vans (para o centro) se não quisermos ficar esperando indefinidamente por um ônibus, que provalvemente estará lotado caso você não more próximo ao ponto final dele. Um lugar onde o máximo que chegamos com apenas uma condução é ao Centro da cidade, Bonsucesso, Saens Peña, Madureira e Vilar do Teles ( de quando em nunca aparecem uns Vigário Geral e outros locais assim, mas são quase ônibus fantasmas, que devem passar uma vez ao dia). Para chegar a Zona Sul necessitamos, invariavelmente, de no mínimo duas conduções. E isso apesar da existência das Linhas Vermelha e Amarela, que tornam o trajeto para Zona Sul e Barra da Tijuca, repesctivamente, muito rápidos.

No Rock'n Rio 3 (maravilhoso, diga-se de passagem, foi o meu carnaval ano passado) foi provado como seria possível e rápido a existência de uma linha para a Barra pela linha Amarela (na verdade exsite uma saindo do Aeroporto, mas vai pela orla e de qualquer forma precisamos tomar um ônibus até o Aeroporto). Mesmo assim, continuamos ilhados, cercados de água por todos os lados. E apesar disso, nem o transporte marítmo, as barcas, funcionam decentemente. Há intervalos de quase uma hora nas saídas das barcas, de tal forma que se você se atrasa um minuto, acaba chegando mais de uma hora trasado ou tem de ir de ônibus.

Não reclamo dos problemas de engarrafamento na ponte, nosso único contato com a terra firme chamada Rio, esse eu sei que não têm solução e também só ocorrem em casos de acidentes. Mas esses outros problemas, esses têm solução, sim, só depende de alguém fazer acontecer.

E é possível! Os insulanos sabem que sim! Há muito (exagero) tempo atrás havia um engarrafamento crônico na principal via de acesso do bairro, a Estrada do Galeão. Alguns donos do poder resolveram dar um jeito, obras foram feitas, e depois de alguns transtornos temporários, atualmente não sabemos o que é engarrafamento na Estrada do Galeão, a não ser aqueles que são conseqüencia de problemas na ponte, Linha Vermelha ou Avenida Brasil.

Então, só falta fazerem as soluções acontecerem!

Eu comecei reclamando da vida e cabei falando sobre transportes... Viajei legal!! =) =) (mas pelo menos termino sorrindo!) =) =)

Compre uns frios, refrigerante e se tranque em casa. Só saia para shows de rock.
post de 24/01/2002 do Nix's

E quem, apesar de morar no Rio de Janeiro (pelo menos de acordo com as atuais definições geopolíticas do que é a cidade do Rio), não pode comparecer aos shows de rock por impossibilidade de transporte????

Nada me irrita mais do que não poder fazer as coisas que gosto, comparecer aos lugares e programas que curto simplesmente porque esse raio de bairro que meus pais escolheram para residir, há cerca de 20 anos, além de ser afastado do resto da cidade (é uma ilha!!) ainda tem um péssimo serviço de transporte!!

Tá, admito que eu também já devia ter tomado vergonha na cara e ter juntado um dinheirinho para pagar uma autoescola. Assim teria alguma autonomia para sair com o pobre Uno da minha mãe e chamar quem eu bem entendesse, ao invés de depender da boa vontade dos amigos em me oferecer carona ou abrigo para a noite.

Mas de qualquer maneira morar na Ilha do Governador é meio difícil, a não ser que você consiga se satisfazer com a vidinha insulana (e tem muita gente assim, como meu digníssimo irmão) ou se contente em fazer os programas "da galera", para assim ter uma galera e poder se aproveitar da carona da tal galera.

Eu não me enquadro em nenhum dos dois esteriótipos e por isso passo minhas noites de sexta (e sábado e quinta e todas as outras) em casa, quando o que queria mesmo era estar no show do Casino no Ballroom... :-(

Eu adoro Carnaval! Todo mundo viajando, e eu aqui, enfurnada em casa... :-(

Fim do post de lamentações!

Ou não...
Estou meio chateada da vida, mas esse resultado me fez sorrir, mesmo estando longe da realidade.

Eu... B.B.King??? Quem dera...

quinta-feira, fevereiro 07, 2002

And just before I leave, a song...

Don't You (Forget About Me)
Simple Minds

Hey, hey, hey ,hey
Ohhh...
Won't you come see about me?
I'll be alone, dancing you know it baby
Tell me your troubles and doubts
Giving me everything inside and out and
Love's strange so real in the dark
Think of the tender things that we were working on
Slow change may pull us apart
When the light gets into your heart, baby
Don't You Forget About Me
Don't Don't Don't Don't
Don't You Forget About Me
Will you stand above me?
Look my way, never love me
Rain keeps falling, rain keeps falling
Down, down, down
Will you recognise me?
Call my name or walk on by
Rain keeps falling, rain keeps falling
Down, down, down, down
Hey, hey, hey, hey
Ohhhh.....
Don't you try to pretend
It's my feeling we'll win in the end
I won't harm you or touch your defenses
Vanity and security
Don't you forget about me
I'll be alone, dancing you know it baby
Going to take you apart
I'll put us back together at heart, baby
Don't You Forget About Me
Don't Don't Don't Don't
Don't You Forget About Me
As you walk on by
Will you call my name?
As you walk on by
Will you call my name?
When you walk away
Or will you walk away?
Will you walk on by?
Come on - call my name
Will you all my name?
I say :
La la la...
Bem, eu realmente não acho que ainda possa me enquadrar nesse resultado (se pudesse não estaria aqui e sim estudando para a prova que tenho amanhã), mas na época de escola eu estive mais próxima disso... =)

E de qualquer forma, esse filme é o máximo!! Minhas tardes e meus sonhos de infância e adolescência não teriam sido os mesmos se não fosse por "Clube dos Cinco", "Curtindo a Vida a Doidado", "Goonies", e afins ... ;-)


Uma amiga já dizia, no segundo grau, que eu tinha uns movimentos esteriotipados como os dos autistas de filme ...

E eu achava que o resultado seria depressão...

Pelo menos, se passar na residência, poderei tratar da minha condição! ;-)




What Psych-Ward do you belong to?


Esse palhaço é meio aterrorizante, lembra o de "It". Ou será que eu sou a única pessoa da geração pós "Poltergeist" a ter algum problema com palhaços de brinquedo ou em gravuras????

segunda-feira, fevereiro 04, 2002

Antigamente eu achava que a pessoa para dividir a vida seria a pessoa perfeita. Isto é, aquela pessoa com quem temos várias coisas em comum, com quem nos damos bem sem o mínimo esforço, com quem concordamos em quase tudo e que nos completa de diversas maneiras como: você não entende nada do lado "técnico" da internet ela (a pessoa) entende; você gosta de rock "comportado" e jazz, ela de heavy metal, gótico e música clássica; você é emocional demais, ela é mais fria; e por aí vai. As chances são altas de que, ao encontrarmos tal pessoa, nos apaixonemos por ela. E se ela também se apaixonar, pode ser um ótimo relacionamento, algo para se levar para toda a vida. Mas pode não ser o relacionamento de uma vida...

Dúvidas...

Hoje me pergunto onde fica o amor nessa história. Será que não é possível você desejar alguém que não tem muito em comum com você, alguém que você talvez nem notasse, caso o destino não o tivesse colocado diretamente no seu caminho? A diferença aqui é que não estamos falando em "afinidades", "compatibilidades". Estamos falando de sentimentos. E também não de paixões arrebatadoras, pois você mantêm suas faculdades mentais conservadas. Mas ainda sim, quer muito bem a pessoa que aparentemente "não tem nada a ver". Nesse amor "para toda vida" há desejo, atração física, carinho, preocupação, uma capacidade incrível de passar horas e horas falando sobre coisas absolutamente sem importância (com a pessoa ideal isso nunca ocorreria, sempre haveriam assuntos relevantes para discutir!) e de se perder no olhar dessa pessoa. Há uma certeza estranha, mas ao mesmo tempo reconfortante, de que você realmente poderia passar toda a vida ao lado dessa pessoa, aprendendo e ensinado, crescendo.

Ou não...

Talvez eu não esteja fazendo sentido, talvez esteja misturando tudo.

Talvez eu simplesmente queira me perder num certo olhar...

Quase
Caetano Veloso/Antonio Cícero


Por uma estranha alquimia
(Você e outros elementos)
Quase fui feliz um dia.
Não tinha nem fundamento.
Havia só a magia dos seus aparecimentos.
E a música que eu ouvia e um perfume no vento.
Quase fui feliz um dia.
Lembrar é quase promessa.
É quase quase alegria.
Quase fui feliz a beça
Mas você só me dizia:
Meu amor vem cá.
Sai dessa
Meu amor vem cá.
Sai dessa.


Muito legais esses (por enquanto são dois) testes do Tiago. Bem bolados e os resultados têm tudo a ver... =)



domingo, fevereiro 03, 2002

SHOT LOOKING UP AT THEM

Their band ritual, psyching together, arms on each other's shoulders in a circle. They sing a dew lines of the classic "Train Kept A-Rollin'" (or "Go See Cal" from the Cal Worthington ad) They all touch feet, and then break, heading for the stage. Russell directs Penny to his side of the stage. The kid follows. Plugging in, still in darkness, Russell hits a practice chord -- thwack. He steps on effects pedal. Applause. (Adlib onstage private patter, between members, goading each other -- the stuff no audience ever hears) Twenty feet away, Dick prepares to address the crowd from the darkened stage. It is his favorite moment of the evening, the highlight of his job.

DICK

From Troy, Michigan. Please welcome --
(importantly)
Stillwater.

Light hits the stage, and the band launches into their opening song, "If You Say Nothing." Audience response is strong. Shot lingers on the face of William as he soaks in the most undeniably exciting moment of any concert, the first thirty seconds.

Jeff the singer grabs the microphone and launches into some vocal pyrotechnics. Russell looks over to Penny and William, at stage right, grinning, pretending to trip on his cord, an elegant show-off move of a musician who is now where he belongs... before seriously stepping forward for the first guitar lead of the night. The kid looks over to see Penny watching Russell.

Cameron Crowe
December, 1998


Essa é a descrição de um show de rock. Eu não sei se só foi porque já vi o filme (tenho dúvidas de que não foi por isso), mas ao ler essa passagem, eu estava lá!

Incrível o que simples palavras em um roteiro conseguem fazer com a gente...