quinta-feira, outubro 20, 2005

Crônica de BH

Belo Horizonte é cidade de nome bonito. Nome que fala de esperanças, de horizontes.
Quem lá chega para um Congresso de médicos de almas que se querem cientistas (a razão sempre pareceu mais verdadeira que a intuição) encontra uma cidade alta. Ao menos para aqueles que veêm do litoral. Uma cidade sem praias, mais uma característica marcante aos vindos da proximidade do mar. Mas com um sol quente, um céu azul a nos receber, como que convidando a belas férias. Ainda que fosse um Congresso...

Cidade de ladeiras, a lembrarem filme americano de perseguição de carros. Um centro de cidade com prédios cosmopolitas ao lado de outros de 40, 50 anos atrás. Muita gente nas ruas. Polícia Montada. Falavam de violência. Voltei intacta!

Cidade que nos recebeu com noites estreladas, agradabilíssimas. Música de metrópole para dançar até de manhã cedo. Acho até que esquecemos as estrelas...

Cidade de pontos turísticos que se perdem, frente a graça e simplicidade dos lugares comuns. Tão comuns que quase parecem com os de qualquer outra cidade dita grande. Mas que guardam uma certa mineirice, um convite a ser menos expansivo, ainda que não menos alegre. Talvez seja a quietude, um certo ar de respeito pelo alheio. Ou ensimesmamento. Mas cheio de afeto e cuidado.

Cidade que me permitiu conhecer melhor gentes boas, que estranhamente moram no mesmo Rio que eu, estudam onde estudei, mas ainda não conhecia tanto. Onde entendi, mais uma vez, que a vida é simples. Sei que ainda esquecerei mais algumas vezes. O tempo que se perde...

Enfim, cidade que convida ao cotidiano, ao fim dos sonhos em prol do real. Ou, talvez, seja melhor dizer que convida-nos a enxergar o horizonte, e não ficar apenas a sonhá-lo.

Cidade interessante, essa BH.