sábado, agosto 28, 2004

Repetir, Recordar e Elaborar

Título (perfeito) de um texto de Freud. A questão toda é que, ainda que se possa detectar a tal repetição na vida (como ,por exemplo, a "saga" feminina de apaixonar-se sempre por um mesmo tipo de homem ou ainda por uma mesma categoria de homem, ainda que sabendo que as chances de dar certo são poucas.Não tem nada a ver com ter "um tipo de homem", não é preferência, é reptição, você pode nem querer aquele cara.) e ainda que se chegue ao ponto de recordar o que poderia ser o fato "causador"(experesso-me mal, a relação não é causa-efeito, é mais uma relação de efeitos casuais interligados) da tal repetição, pouco muda enquanto não se consegue a tal elaboração. E o que muda é que no meio tempo tem-se consciência da tal repetição, mas ela continua ocorrendo. E aí, fica-se com raiva pela burrice. Ter consciência é uma coisa complicada...

quarta-feira, agosto 25, 2004

O que deve (se é que existe um dever...) nortear uma escolha de carreira: habilidade/aptidão/capacidade ou paixão/desejo/fascínio? Devemos ser o que sabemos ser ou aquilo que sonhamos ser? Ou será que tal conflito na realidade não existe e é apenas uma criação neurótica minha?

domingo, agosto 22, 2004

Template novo, pois o outro tinha muitos links que não mais funcinavam e que eu não sei consertar já que desaprendi o pouco que sabia de html e java (disso eu sabia praticamente nada). Por hora fica esse simples, clean, no qual pelo menos volta a parecer o nome do blog: M.D.
Para os próximos dias devo tentar recolocar uma lista de sites e blogs recomendados.
Pequeno texto inspirado em Fuso Horário do Amor (Décalage Horaire) - comédia romântica francesa, ainda que ligeiramente americanizada (o cinema exemplificando a globalização).

Nunca tinha esperado encontrar alguém como ele. Ou melhor, nunca tinha imaginado que alguém como ele fosse encontrá-la. Muito menos desejá-la, como ele dizia fazer. Estava acostumada com os homens sérios, chatos, que se interessavam por ela de forma racional. Que queriam casar, ter uma vida dita normal.
Estava acostumada com os homens comuns. E por isso acreditava ser também comum.
Quando tudo que queria era ser diferente. Queria fugir da vida programada, da vida ditada pelo senso comum.
Queria ser algo que por muito tempo duvidou que pudesse ser. Ainda que, por alguma estranha razão, não conseguisse simplesmente aceitar aquela vida de trabalho regrado, diversão programada e amor racionalizado. A vida que todos ao seu redor aceitavam tão bem.
Admirava a vida dos amigos que tiveram a coragem de buscar o incerto. Menos pelas baladas, pelas drogas ou pelos amores intensos, inda que rápidos. Ou talvez até por tudo isso e algo mais: a liberdade! Invejava a liberdade de decidir sobre sua vida sem ter de pensar 1000 vezes antes de tomar uma decisão. Invejava não pensar, siplesmente sentir.
Era o queria, mas que já tinha decidido que não poderia fazer. Mais ou menos, já que ainda sonhava, secretamente. Cobrava-se tanto (algo que nem sabia o que) que seus sonhos eram secretos para si mesma.
Enquanto mantinha esses sonhos secretos de liberdade, foi mudando, ainda que não percebesse.
Pois se ainda se cobrasse a normalidade (ainda que dissesse que eram os outros que cobravam) nunca teria aceitado que ele pudesse amá-la. Não da forma regrada como os outros fizeram. Amava-a em liberdade. Sem cobranças, a não ser aquelas do próprio desejo. E ela descobria que era também capaz de ser livre. Ainda que entendesse que a tal liberdade não se devia a ele, era dela mesma, sabia que fora graças a ele que pudera colocar em prática tal conceito. E se por nada mais (e havia muito mais) amava-o simplesmete por isso. Pela priemira vez amava não pelo tempo que fosse necessário, mas pelo tempo que fosse possível.