sábado, março 16, 2002

Aí está a versão original do poema.

Porque poemas (e obras literárias em geral) devem ser lidos na sua versão original, já que a tradução é sempre uma interpretação, sempre coloca um intermediário entre o leitor e o escritor. O mesmo que acontece com versões cinematográficas de livros, só que nesse caso há muitos outros intermediários (roteirista, diretor, atores,...).

Quien Muere
Pablo Neruda


Muere lentamente
quien se transforma en esclavo del hábito
repitiendo todos los días los mismos trayectos
quien no cambia de marca
no arriesga vestir un color nuevo
y no le habla a quien no conoce.

Muere lentamente quien hace de la televisión su gurú.

Muere lentamente
quien evita una pasión
quien prefiere el negro sobre blanco
y los puntos sobre las "ies" a un remolino de emociones
justamente las que rescatan el brillo de los ojos
sonrisas de los bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.

Muere lentamente
quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo
quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño
quien no se permite por lo menos una vez en la vida
huir de los consejos sensatos.

Muere lentamente
quien no viaja
quien no lee
quien no oye música
quien no encuentra gracia en sí mismo.

Muere lentamente
quien destruye su amor propio
quien no se deja ayudar.

Muere lentamente
quien pasa los días quejándose de su mala suerte
o de la lluvia incesante.

Muere lentamente
quien abandonando un proyecto antes de iniciarlo
no preguntando de un asunto que desconoce
o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.

Evitemos la muerte en suaves cuotas
recordando siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor
que el simple hecho de respirar.

Solamente la ardiente paciencia hará que conquistemos una espléndida felicidad.

Quem Morre?
Pablo Neruda


Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito
repetindo todos os dias os mesmos trajetos
quem não muda de marca
não se arrisca a vestir uma cor nova
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente
quem evita uma paixão
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" a um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um [sonho
quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem não viaja
quem não lê
quem não ouve música
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito [maior que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.


Borges achava que Neruda só era um bom poeta por causa da política, em função da conjuntura política na qual estava inserido (assim como todos sempre estamos) e sobre a qual escrevia. E talvez até pelo posicionamento que tomava. (Neruda era comunista, como o amigo Jorge Amado...)

"Creo que fue un gran poeta. Y creo algo con lo que ustedes quizás no están de acuerdo. Yo abomino del comunismo, pero pienso que el comunismo le hizo bien a Neruda. Si no hubiese sido un poeta político, habría sido un mal poeta". Borges sobre Neruda.

Eu (que sou apenas eu e não alguém como Jorge Luis Borges ou Pablo Neruda) gosto muitísimo das poesias de Neruda e vejo nelas algo de comum no estilo (de escrita e de ver, e entender, o mundo) com o de Drummond, poeta e cronista (e quem não sabe??) que também adoro. Ainda não li crítica, comentário ou resenha que fale da proximidade destes dois grandes poetas americanos (i.e. do continente americano) do século XX, será que só eu vejo essa semelhança??

De qualquer forma, importa menos o que eu penso e mais o que você ganha ao ler (e sentir) o poema acima. E ao ler qualquer poema de Neruda. Ou ao assistir o belíssimo O Carteiro e O Poeta, baseado em fatos reais, sobre o exílio de Neruda (como todo bom comunista na América ele passou período exilado do Chile) e, principalmente, sobre como a poesia está nas coisas mais simples da vida e como ela é capaz de tocar exatamente as pessoas (aparentemente) mais simples...
I'm so like Lisa!

I'm Lisa, who are you? by Lexi


Uma amiga já dizia isso... ;-)
O Fred agora também tem testes. Este é o primeiro.


Que canal de TV por assinatura você é?


Gostei do meu resultado... ;-)

It's not a tv channel... It's HBO!

(Eu já usava esse slogan para Arquivo X: It's not a tv series... It's The X Files! Isso na época em que Arquivo X era realmente Arquivo X e não esse enlatado que estreou há duas semanas...)
Outra semana relapsa!

Fica evidente que é algo em que preciso trabalhar: encontrar tempo durante a semana para escrever aqui. Não é difícil, é só uma questão de um mínimo de disciplina!!

Mas, por incrível que pareça, mesmo estando tão irresponsável quanto ao pseudobloguinho, ainda assim fui agraciada com um lisonjeiro convite, e ainda mais uma citação, do MaGo, agora conhecido como magisterX.

domingo, março 10, 2002

Só para constar: faz um calor veranil perfeito no Rio (mesmo sendo adepta do clima frio tenho de admitir isso), acompanhado, muito apropriadamente, de um límpido e belo céu azul e, claro, um sol para abrir o sorriso de qualquer um.

Belíssimos, estes últimos dias na Cidade Maravilhosa. Perfeitos para passeios à beira da praia ou na mata (Floresta da Tijuca, Quinta da Boa Vista) e para banhos de mar, piscina, lagoa, cachoeira ou chuveiro que seja. ;-)

Aproveitemos, enquanto as águas de março não chegam!!
Na sexta (08/03) eu coloquei aqui uma música que julgo ser feliz, que faz você se sentir bem ao ouvi-la. Hoje recomendo um filme feliz: O Fabuloso Destino de Amélie Poulan!

Sei que atualmente existem muitos filmes bons e interessantes em cartaz (por conta do OSCAR daqui a duas semanas) mas esse é um filme que tem a característica de além de ser inteligente e inventivo (o diretor é Jean-Pierre Jeunet de Delicatessen, A Cidade das Crianças Perdidas e também de Alien - A Ressureição) é também um filme que te faz sair do cinema se sentindo bem.

Sem o ranço politicamente correto de certos filmes americanos, Amélie é um filme que dá crédito a humanidade, sem deixar de mostrar que alguns humanos ainda não fazem por merecer esse crédito. Mas também fala das pessoas que fazem por onde serem felizes. E daquelas que com uma ajudinha de Amélie também podem chegar lá.

Um belo filme, para você se sentir bem, mas não de forma anestesiante. Faz você pensar também!!
"Nós gatos já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás"





Que Saltimbanco você é?


Você é teimosa e esforçada. E pra uma galinha... até que você é... bem... é... bem-apanhada!