sábado, setembro 25, 2004

Creio que a pergunta que fiz no texto passado (desnecessário dizer que foi inspirado pelo casamento de amigos. Ainda assim digo, mais para citar Clara e Gabriel e tornar pública uma homenagem às bodas de um belo casal.) foi ganhando pertinência após escrita. Para mim mesma. Dois filmes do Festival do Rio (desnecessário recomendar, não é?) fizeram com que me lembrasse dela. Hoje, "Pra que serve o amor só em pensamento", belo filme sobre adolescentes que descobrem as dores do amor. Ontem, "Antes do por do sol". Linda, linda, linda continuação do tão lindo quanto "Antes do amanhecer". Um filme sobre um reencontro. Mas não um reencontro que reprisa os acontecimentos de 9 anos antes, de dois adolescentes. É mais uma renovação. Uma segunda chance sem o peso de um possível erro da primeira. Não são os erros da vida que importam para Celine e Jesse. São os acertos. É a felicidade simples de estarem juntos, mais uma vez. De terem, sim, um grande amor. Não se reencontraram 6 meses depois, não se casaram ou foram felizes para sempre. Tudo isso é ruim, sem dúvida. Mas no pouco mais de uma hora que têm juntos em Paris o amor supera todas essas tristezas e nem pensam nelas. Nem na separação por vir. Pensam, ou melhor, vivem eles mesmos. São livres naquele período. São a prova da liberdade do amor. E mais um exemplo de que não se ama, depois de adulto, da mesma forma que aos 17 anos (ou na adolescência, ja que eles tinam mais idade quando do primeiro filme). Eles amam agora pelo amor que encontraram um no outro (e em si mesmos) na adolescência.

Talvez 17 anos seja a idade de se encontrar o grande amor...

Mas, amor é para ser encontrado ou vivido?

Não sei. Mas sei que viver não se resume aos 17 anos.

domingo, setembro 19, 2004

Casamentos, chegamos a idade dos casamentos. E de lembrar que quando nos conhecemos ainda estavamos na idade dos namoros, das primeiras vezes, das grandes paixões adolescentes (ama-se, depois de adulto, com a mesma intensidade de quando se tem 17 anos?). Alguns de nós estão um pouco mais adiantados, na idade dos pequenos, aqueles seres humanos que nos mostram que a vida nada tem a ver com nós mesmos, vivemos mesmo é pelo outro e para o outro. E alguns ainda atrasados, na idade da procura, talvez por tentar entender demais o que parece não ter explicação alguma. Mas, o importante, o porque de ser desse texto, é que, seja qual for a idade em que cada um de nós se encontra estamos juntos. Por alguma dessas razões que não tem porque de ser (simplesmente é), nos encontramos todos, um dia, por um interesse comum e permanecemos juntos, ainda que não como antes já que temos também outros interesses. Se o primeiro encontro (será que lembramos ainda?) foi casual, a permanência de nossos encontros, caros amigos, essa é proposital, é escolha nossa. Sejam quais fores nossas outras escolhas, se a amizade for sempre uma delas, permaneceremos juntos (ainda que não próximos em distância), até chegarmos aquela, inevitável, idade das despedidas.