sábado, abril 13, 2002

Ao criticar essa tal sociedade ainda perdida nas próprias mudanças, cai no erro de culpar só as mulheres, ao referir-me apenas a elas como responsáveis pela criação dos filhos.

Corrijo-me, pais e mães, homens e mulheres, foram, são e se tudo der certo continuarão sendo os reponsáveis pela criação dos pequenos seres humanos. Na verdade podem ser apenas um pai, apenas uma mãe, dois pais, duas mães ou até famílias ainda mais diferentes daquilo que consideramos o padrão. Contanto que estas pessoas sejam capazes de ajudar essas "pessoinhas" a tornarem-se cidadãos de bem e todos procurem ser e fazer os outros felizes, qualquer tipo de família vale a pena!!
Uma amiga me enviou este texto, considerando que seria interessante para postar aqui.

Comentário: O declínio dos bebês

Por Maureen Dowd, do The New York Times :: 12:48 10/04/2002

WASHINGTON - Na estréia de "The Sweet Smell of Success" no mês passado, um nova-iorquino bem-sucedido que eu conheço me chamou de lado para uma lição de moral que não foi nada agradável. Ele disse que queria me convidar para um encontro quando estava entre casamentos, mas desistiu da idéia porque meu emprego me tornava intimidante demais.
NYT


Os homens, ele me contou, preferem mulheres que parecem maleáveis e apavoradas. Ele disse que eu nunca encontraria um marido, porque se tem uma coisa que os homens não gostam, é uma mulher que usa suas aptidões críticas. Será que ela vai criticar tudo?

Agora vem a revista Time com um comentário igualmente preocupante. A matéria dá as estatísticas mais assustadoras para as mulheres desde que a Newsweek declarou em 1986 que uma mulher de 40 anos tinha mais chances de ser morta por um terrorista do que de se casar.

A Time descreve o novo declínio dos bebês - mulheres que se dedicam muito em suas carreiras e de repente percebem que desperdiçaram sua fertilidade.

Sylvia Ann Hewlett, economista, realizou uma pesquisa e descobriu que 55% das mulheres de negócios de 35 anos não têm filhos. Entre um terço e metade das mulheres de 40 anos que trabalham não têm filhos. O número de mulheres sem filhos entre 40 e 44 anos dobrou nos últimos 20 anos. E entre executivos corporativos que ganham US$100 mil ou mais, diz ela, 49% das mulheres não tiveram filhos, comparado a apenas 10% dos homens.

Hewlett, autora de "Creating a Life: Professional Women and the Quest for Children", observa, mais uma vez, que os homens têm uma vantagem injusta.

"Hoje em dia", afirma ela, "o princípio básico parece ser que quanto mais bem-sucedida for a mulher, menos chances ela terá de encontrar um marido ou ter um filho. Para os homens, o que vale é o contrário".

Em uma matéria sobre o livro no programa "60 Minutes" de domingo, Lesley Stahl falou com duas jovens que estudam na Faculdade de Administração de Harvard. Elas concordaram que, enquanto estão na idade ideal para começarem suas famílias, não era tão fácil encontrar o marido ideal.

Os homens, aparentemente, aprendem cedo a proteger seus egos de mulheres ambiciosas.

As meninas dizem que escondem o fato de estudarem em Harvard dos meninos que conhecem, porque este é o beijo da morte.

"Quando você diz Faculdade de Administração de Harvard... é o fim da conversa", afirmou Ani Vartanian. "Quando um cara diz, 'Ah, eu estudo na Faculdade de Administração de Harvard', todas as meninas se apaixonam por ele".

Então a moral da história é, quanto mais as mulheres avançam, mais elas têm que se sacrificar?

O problema aqui não é apenas que as mulheres estão protelando demais; é que os homens fogem de mulheres "desafiadoras" porque têm um desejo incontrolável de serem a força superior em um relacionamento.

As palavras imortais de Cher: Deixem disso, homens.

A lógica masculina nos relacionamentos não funciona: as mulheres que parecem ter medo de você no começo não dirão até que lhe conheçam bem. As mulheres que não têm empregos exigentes não são menos exigentes nos relacionamentos; na verdade, elas podem ser mais exigentes. Elas estão economizando toda a energia e capacidade crítica para gastar com você quando você chegar em casa.

Se os homens apenas abrissem mão de seu desejo bobo de domínio mundial, o mundo seria um lugar muito mais legal.

Veja o Taleban. Veja o Vaticano. Agora, veja o bonobo.

Os bonobos, ou chimpanzés pigmeus, vivem nas florestas equatoriais do Congo, e têm uma existência extraordinariamente feliz.

E por quê? Porque na sociedade dos bonobos, as fêmeas dominam. É apenas um leve domínio, então é mais para um co-domínio, igual entre os sexos.

"Eles são menos obcecados com poder e status do que seus primos chimpanzés, e mais dominados pelo amor", escreveu Natalie Angier para o The Times. "Os bonobos usam o sexo para se acalmarem, para se unirem, para fazerem as pazes depois de uma briga, para diminuir as tensões, para estabelecer alianças... Os humanos geralmente esperam até depois de uma bela refeição para fazer amor; os bonobos fazem antes".

Os machos ficariam felizes em abrir mão de um pouco de dominação assim que percebessem o acordo que estariam fazendo: todas aquelas primatas agressivas, após um dia duro de domínio na selva, ficariam satisfeitas por fazerem sexo, não por refrearem-no.

Não há guerra dos sexos na terra dos bonobos. E não existe o declínio dos bebês.


Então, será que é verdade essa história de que os homens temem as mulheres inteligentes?? Será que por outro lado, ao invés de temer a inteligência e a capacidade das mulheres os homens na verdade temem serem deixados de lado??

No imaginário de gerações anteriores as mulheres procuravam nos homens um espelho da figura de seus pais: o homem protetor e provedor. Os homens por sua vez procuravam alguém que se assemelha-se a suas mães: aquela que cuidava deles, que dava carinho, amor incondicional e cuidava dos interesses da casa e da família.

Nas últimas décadas esses papéis seculares, quiça milenares, vêm se invertendo de tal forma que talvez seja difícil para os homens assimilarem. Será que as mulheres que sairam para trabalhar, fazer carreira, manter famílias sozinhas criaram seus filhos homens para esse novo mundo? Sabemos, pelo que vemos acontecer, que as meninas têm sido criadas para terem controle de suas vidas e não apenas esperar por um príncipe encantado que as tire da casa dos pais e lhes dê uma família própria. Mas, e homens, será que eles não são ainda mimados por suas mães (que muitas vezes largam o serviço por causa de uma febre do filho, que se desdobram para chegar em casa e ainda Ter tempo para ouvir as histórias da escola) e não crescem esperando que a mulher ideal deve abrir mão de tudo por causa deles?

Talvez a nossa sociedade pequeno burguesa tenha avançado rápido demais nos últimos anos e as pessoas (tanto homens quanto mulheres) ainda têm dificuldades para se acostumar com os novos papéis que lhes são exigidos.

Talvez o declínio dos bebês tenha se dado não porque as mulheres não querem Ter filhos ou porque os homens não se interessam por mulheres “de carreira”. Talvez isso aconteça porque ainda é difícil para os dois conciliar suas carreiras e a família. Num mundo em que se espera que todo trabalhador dê o melhor de si pois a concorrência é cruel fica difícil para homens e mulheres conciliar família e trabalho. É mais importante manter o mundo girando, a sociedade produzindo e consumindo do que manter a continuação da espécie.

Até porque, daqui a pouco teremos os clones e as inteligências artificiais, que demandarão muito menos trabalho para serem criados (para adquirirem os conhecimentos que uma criança leva anos, talvez a vida inteira e ainda além para adquirirem): os primeiros já “nascerão” com os conhecimentos daqueles de quem foram copiados e os segundos necessitarão apenas de comandos...

Mas será que a solução é tornarmo-nos bonobos? Tudo se resume a fazermos sexo antes da refeições e não depois????

domingo, abril 07, 2002

Corte e colagem...

: 5/04/2002 15:54 :
c o n t e x t o: divagações...

Qual a probabilidade de se achar no meio a multidão uma pessoa que te complete? Não digo integralmente, isso é de baixíssima chance, mas o suficiente para fazer seu coração descompassar só de pensar nela...

Isso é algo pelo qual a maioria de nós anseia, mesmo que não conscientemente...

Aquela paixão profunda, retroalimentada (e portanto, duradoura), que deixa você sempre com gosto de quero mais, imediatamente ao final de cada encontro...

Aquela paixão que arde, quase sem se consumir, pois o outro está sempre trazendo combustível para a fogueira...

Aquele arrepio na pele, quando a pessoa invade seu espaço pessoal, embora ainda não tenha sequer te tocado...

Aquele frio na barriga, ao ouvir a voz no telefone, ou ler suas linhas no ICQ...

Aquele sorriso perene no rosto, que faz seus amigos perguntarem o que aconteceu...

Aquela leveza no andar, que te coloca acima de todos os problemas...

Aquele esquecimento do mundo, quando estão juntos, e o "gás extra", quando separados e enfrentando o dia a dia...

Aquele pessoa com quem compartilhar o tal sentimento que "não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure..."
: por magisterX :


Me deparei com o post acima ontem (não postei ontem porque o blogger estava fora do ar, não sei porque) e me supreendi porque foi como se o magisterX tivesse escrito o que eu gostaria de ter escrito ao final de uma semana em que uma certa música reverberou com insistência na minha cabeça.

A música, que eu já tinha decidido postar, é essa que segue e o comentário do magisterX me pareceu o complemento perfeito para ela, principalmente em relação a estrofe final. Mas acabou que a música se tornou o complemento do post! ;-)

Antes das Seis
Legião Urbana


Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor
Me explica por favor

Vem e me diz o que aconteceu
Faz de conta que passou
Quem inventou o amor?
Me explica por favor

Daqui vejo o seu descanso
Perto do seu travesseiro
Depois quero ver se acerto
Dos dois quem acorda primeiro

Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor?
Me explica por favor

Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
- Quero ficar só com você


Quem inventou o amor?


E quanto a encontrar o tal alguém, seja a probabilidade pequena ou grande, eu ainda acredito! Atualmente tenho até provas vivas!! E espero que mesmo que a minha experiência própria não me prove correta, que pelo menos eu me mantenha acreditando, até o final.

Porque eu, como boa humana (e fã de Arquivo X), quero acreditar...