quarta-feira, maio 01, 2002

Há oito anos, num Domingo, 1o de maio de 1994, Ayrton Senna deixava este este mundo e nossas manhãs de domingo, após uma trágica batida contra um muro no Grande Prêmio de San Marino. Ele foi um dos grandes pilotos da fórmula 1 da história e um dos grandes ídolos do povo brasileiro. Um grande ídolo principalmente porque suas grandes façanhas fora das pistas só vieram ser descobertas após seu falecimento. Ele fazia questão de não fazer auto-propaganda com suas obras assistências. Enquanto vivo ele era um ídolo pelo que fazia nas pistas, pelas vitórias pessoais nas quais colocava também o nome de seu país, de seu povo. Hoje é um ídolo por isso e pela grande pessoa que descobrimos depois.

Talvez , como dizem alguns, seja triste o povo que necessita de ídolos. Mas já que eles nos inspiram que seja com grandes ideais e belos exemplos...
"E o motivo para ser isso é bastante simples: ele é sobre o Brasil de hoje. E tem urgência em sê-lo, em colocar na tela a vivência que aflige o espectador com o que ele sente nas ruas, com as contradições que ele vive, em conflito, angustiado, confuso como deve ser qualquer filme que tenta falar do que o cerca quando é óbvio que não há distanciamento para tal, mas ao mesmo tempo não se consegue ser de outra forma. E, talvez o que mais o torne diferente da produção nacional é que ele o faz sem querer somente fazê-lo. Ou seja, ele é sim um "conto exemplar" sobre a sociedade brasileira em 2001, mas antes de ser exemplar ele é um conto. Se a realidade surge nele, discutida e onipresente, não é porque ele se pretende a priori como um tratado sobre ela, mas sim porque ela é tão forte que torna-se inescapável. O mundo exterior invade a trama pretensamente "policial" assim como o faz o personagem de Paulo Miklos, pois o verdadeiro "invasor" do filme é o Brasil. Brasil que cisma em surgir nos cantos de cada plano, que cisma em pressionar e assombrar os personagens, que queriam apenas ser isso, personagens. Sempre foi esta a grandeza maior do cinema americano: nos seus bons e maus filmes, nos mais comerciais aos mais reflexivos, sempre deixava em primeiro plano os Estados Unidos da época de sua realização de forma quase transparente, mesmo que fosse pelas bordas das imagens e sons."

Este é um trecho da crítica, ou melhor, análise, que o Eduardo Valente faz do ótimo O Invasor na contra campo. Não sei se já escrevi, ou mesmo se importa para alguém, mas ele é um dos meus críticos de cinema favorito, junto com o Jaimme Biaggio, do Globo.
Um comentário...

Este é um comentário que escrevi para o magisterX, em relação aos seus últimos posts no c o n t e x t o.

Ah, o amor...

caro magisterX, todas as racionalizações parecem sem sentido quando nos deparamos com sentimento menos racional de todos, não??

Erramos quando tentamos acertar e muitas vezes acertamos quando temos certeza de termos errado. Às vezes tentamos pensar, agir de forma racional, e o resultado é um vazio, tranquilo, mas vazio. E quando nos deixamos levar, por mais que se crie um turbilhão, por mais que a razão, a moral e os outros nos condenem, há a simples e pura sensação de plenitude.

E, se somos pessoas um tanto ao quanto "racionais demais", se realmente analisamos os fatos, os próprios sentimentos e ações (o que na verdade é uma forma de nos envolvermos mais, uma prova de que estamos dispostos a nos entregar, apesar de ao mesmo tempo parecer apenas covardia) corremos o risco de pararmos em cima do muro, sabendo que queremos nos jogar ao turbilhão das emoções, mas ao mesmo tempo presos à tranquilidade apática do vazio da razão.

Esperamos que o outro reconheça que precisamos ser salvos dessa armadilha. Mas às vezes encontramo-nos tão presos e perdidos em nossos próprios medos que nem somos capazes de sinalizar o pedido de socorro...

Outras vezes, o outro simplesmente não é capaz de entender o quanto precisamos de ajuda...

segunda-feira, abril 29, 2002

O "trocinho" azul aí do lado é um blob inútil. Conheci os blobs porque a Clarah tem um no brazileira!preta.

Achei legal e resolvi ter um também!
Às vezes você só presta atenção a alguma coisa quando ela passa a ter um sentido na sua vida...

Ela já estava lá há muito tempo, mas você simplesmente não a reconhecia porque aparentemente era algo absurdo, sem sentido. Até que em algum momento as coisas mudam.

Foi o caso dessa música...

Can't turn back the years
Phil Collins


"No matter how much you think you want or need it, the past has to remain just that, the past..."

Could've given you everything that you need
but I cannot turn back the years
The perfect love was all you wanted from me
but I cannot turn back the years

So we have to be strong, and I'm find that hard
we have to move on, but no matter how hard I try
if your heart's in pieces, you look for the truth
and when I look deep down inside I know, it's too bad I love you

Sometimes, hits me in the morning, hits me at night
that I cannot turn back the years
so I look out my window, turn off my light
but I cannot turn back the years

Can't make it seem easy, when you're all that I see
can't live in a dream and I won't serenade the truth
people are hurting and they're looking to me
and I look at you there's nothing more to say, it's too bad I love you

But I'm never gonna give it up

All that I lived for, all that I dreamed
but I cannot turn back the years
You're the water I drink, you're the air that I breathe
but I cannot turn back the years

So we have to be strong, and I'm find that hard
we have to move on, but no matter how hard I try
if your heart's in pieces you look for the truth
and when I look deep down inside I know, it's too bad I love you

But I'm never gonna give it up

domingo, abril 28, 2002

Mais um post pessoal...

Life is what happens to you while you are busy making other plans.

Essa frase de Lennon, da bela Beautiful Boy, me veio à mente ainda agora, quando escrevia uma mensagem de aniversário para um amigo em resposta à sua mensagem pelo meu aniversário (que aconteceu durante a semana, o dele é que é hoje).

Ele comenta em sua mensagem sobre envelhecermos não apenas na aparência, mas também no comportamento e questiona se ao menos ganhamos sabedoria durante o percurso. Respondi com a música, dizendo que acredito que ganhamos algo (a tal sabedoria de preferência), mas provavelmente só nos damos disso conta lá pro final...

E talvez, só talvez, eu esteja sempre esperando para ter certeza de tudo, mesmo que só no final.

Mas, e se não existem certezas???

E se o final é um pouco tarde demais???
Como dizia Pascal:
O coração tem razões que a própria razão desconhece...

Te Ver
Skank


Te ver e não te querer
E improvável, e impossível
Te ter e ter que esquecer
E insuportável, e dor incrível
Te ver e não te querer
E improvável, e impossível
Te ter e ter que esquecer
E insuportável, e dor incrível

E como mergulhar num rio e
não se molhar
E como não morrer de frio no
gelo polar
E ter o estômago vazio e
não almoçar
E ver o céu se abrir no estio e
não se animar

Te ver e não te querer
E improvável, e impossível
Te ter e ter que esquecer
E insuportável, e dor incrível

E como esperar o prato e
não salivar
Sentir apertar o sapato e
não descalçar
E ver alguém feliz de fato sem
alguém para amar
E como procurar no mato
estrela do mar

Te ver e não te querer
E improvável, e impossível
Te ter e ter que esquecer
E insuportável, e dor incrível

E como não sentir calor
em Cuiabá
Ou como no Arpoador
não ver o mar
E como não morrer de raiva
com a política
Ignorar que a tarde vai
vadia a mitica
E como ver televisão e
não dormir
Ver um bichano pelo chão e
não sorrir
E como não provar o nectar de
um lindo amor
Depois que o coração detecta a
mais fina flor

Te ver e não te querer
E improvável, e impossível
Te ter e ter que esquecer
E insuportável, e dor incrível
Te ver e não te querer
E improvável, e impossível
Te ter e ter que esquecer
E insuportável, e dor incrível


Aparentemente simples e perfeita...