domingo, março 23, 2003

Há uma guerra no planeta Terra. Pensando bem, sempre há guerra no nosso planeta. É exatamente por isso que estou revendo minhas posições pacifistas. Como mostra "Gangues de Nova York", algumas guerras devem ser lutadas, posições devem ser tomadas, a partir do momento que aquilo pelo qual lutamos é algo em que acreditamos. O Contardo Calligaris, da Folha, vive dizendo que precisamos ser menos individualistas, precisamos ter algo pelo qual lutar.

Mas, alguém acredita na guerra contra o Iraque?? Nem os americanos devem acreditar nessa história de "Terror". Eles sabem que é uma guerra econômica e nada mais que isso. Saddam Husseim é um déspota, mas e o que os americanos, ingleses e quem quer que seja tem a ver com isso? A não ser o iraquianos, é claro. Mas o petróleo fica no território deles, e segundo o pensamento imperialista americano, o petróleo não pode ser dos iraquianos. O petróleo é dos americanos, quer dizer "do mundo".

E enquanto isso nós ficamos assistindo as imagens assépticas da guerra. Nada de feridos, nada de sofrimento, nada de humanidade, apenas fumaça no céu. (Meu desejo secreto: que aquela camerazinha que fica no alto do prédio do Ministério da Informação em Bagdá seja destruída o mais rápido possível, não vejo a hora de ver uma bomba cair em cima dela e nos livrar das imagens distantes e sempre iguais da cidade coberta de fumaça).

Pelo menos a Folha mostra imagens da guerra, de verdade. E tem o Sérgio Dávilla, lá em Bagdá, escrevendo sobre o que está vendo. Nada das imagens amadoras de videofone do Marcos Uchôa no Kuwait. Pobre Uchôa fazendo papel de iniciante...