quinta-feira, junho 19, 2003

Parece que os comentarios tambem nao funcionam...

Meu pseudobloguinho vai de mau a pior!
Comentario que fiz no blog da Gika (sem acentos, pois os acentos do meu pc nao funcionam aqui...)

Ontem de manha, na van, eu me peguei pensando em como a vida era mais simples quando tinha 15 anos. Havia o certo e o errado, e nada mais. Eu sempre tentei entender as pessoas que seguiam pelos caminhos "errados", tentatva nao condenar ninguem logo de cara, mas acreditava que o tudo se dividia de forma simples em dois lados. Ai eu cresci e descobri que as vezes, como diz a musica do Skank, existem pelo menos tres lados.
E descubro que me sinto bem quando mando as favas todo o meu bom senso, quando faço coisas sem pensar muito. O problema que se voce e o tipo de pessoa que sempre pensa antes de agir, que têm o tal bom senso parece que as pessoas estao sempre te cobrando isso. Mas as vezes ate as pessoas racionais gostam de correr riscos, de se atrever, de cometer seus pequenos pecados. Como voce disse, Gika, nos tambem temos o direito de aproveitar a vida (Carpe Diem).
Agora, o que fazer quando um fato nao cria problemas para voce, mas para o outro?? Ai voce começa a se cobrar que deveria ter sido mais sensata...

domingo, junho 15, 2003

O que aconteceu com os acentos???
"...
Considerando a história, verificamos que duas fontes da moral orientaram as sociedades ate hoje: as religiões e a razão. As religiões continuam sendo os nichos de valor privilegiados para a maioria da humanidade. A razão, desde que irrompeu, quase simultaneamente em todas as culturas mundiais, no século 6 a.C., no assim cham,ado tempo do eixo (Karl Jaspers), tentou estatuir códigos éticos universalmente válidos. Esses dois paradigmas não ficam invalidados pela crise atual, mas precisam ser enriquecidos, se quisermos estar à altura das intimidações que nos vêm da realidade hoje globalizada.
A crise cria a oportunidade de irmos às raízes da ética e descermos àquela instância na qual se formam continuamente valores. A ética, para ganhar um mínimo de consenso, deve nascer da base última da existência humana. Esta não reside na razão, como sempre pretendeu o Ocidente. A razão não é o primeiro nem o último momento da existência. Por isso não explica tudo nem abarca tudo. Ela se abre para baixo de onde emerge, de algo mais elementar e ancestral: a afetividade. Abre-se para cima, para o espírito, que é o momento em que a consciência se sente parte de um todo e que culmina na contemplação. Portanto a experiência de base não é "penso, logo existo", mas "sinto, logo existo". Na raiz de tudo não está a razão ("logos"), mas a paixão ("pathos").
David Goleman diria: no fundamento de tudo está a inteligência emocional. Afeto, emoção -numa palavra, paixão- é um sentir profundo. É entrar em comunhão, sem distância, com tudo o que nos cerca. Pela paixão captamos o valor das coisas. E o valor é o caráter precioso dos seres, aquilo que os torna dignos de serem e os faz apetecíveis. Só quando nos apaixonamos vivemos valores. E é por valores que nos movemos e somos.
À deriva dos gregos, chamamos essa paixão de eros, de amor. O mito arcaico diz tudo: "Eros, o deus do amor, ergueu-se para criar a terra. Antes, tudo era silêncio, nu e imóvel. Agora tudo é vida, alegria, movimento". Agora tudo é precioso, tudo tem valor, por causa do amor e da paixão.
Mas a paixão é habitada por um demônio. Deixada por si mesma, pode degenar em formas de gozo destruidor. Todos os valores valem, mas nem todos valem para todas as circunstâncias. A paixão é um caudal fantástico de energia que, como águas de um rio, precisa de margens, de limites e da justa medida para não ser avassaladora. É aqui que entra a função insubstituível da razão. É próprio da razão ver claro e ordenar, disciplinar e definir a direção da paixão.
Eis que surge uma dialética dramática entre paixão e razão. Se a razão reprimir a paixão, triunfa a rigidez, a tirania da ordem e a ética utilitária. Se a paixão dispensar a razão, vigora o delírio das pulsões e a ética hedonista, do puro prazer. Mas, se vigorar a justa medida e a paixão se servir da razão para um auto-desenvolvimento regrado, então emergem as duas forças que sustentam uma ética humanitária: a ternura e o vigor.
A ternura é o cuidado com o outro, o gesto amoroso que protege. O vigor é a contenção sem a dominação, a direção sem a intolerância. Ternura e vigor, ou também "animus" e "anima", contróem uma personalidade integrada, capaz de manter unidas as contradições e se enriquecer com elas.
Aqui se funda uma ética, capaz de incluir a todos na família humana. Essa ética se estrutura ao redor dos valores fundamentais ligados à vida, ao seu cuidado, ao trabalho, às relações cooperativas á cultura da não-violência e da paz. ..."
Como fundar a ética hoje
, Leonardo Boffe, Folha de 14 de junho de 2003.
A volta, a maldade e a moral

"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
Esperando o ônibus da escola sozinha
Calçada com minhas meias três quartos
Rezando baixo pelos cantos, por ser uma menina ma
..."
Malandragem


Em que consiste a maldade?
Sera a transgressao da moral? Nesse caso, nao ha duvida que sou uma pessoa ma, pois ja desobedeci algumas regras morais ao longo dos meus 24 anos de vida.
Mas as regras morais foram ditadas pelos homens, sao formas de tentar tornar mais f?cil a nossa convivência em sociedade. E quase paradoxal o fato de que para tornar mais facil a convivência elas a tornam mais complicada, ja que vivemos a nos policiar para nao violar as regras ou entao nos culpamos quando o fazemos. O grande problema é que enquanto estamos quebrando as regras tudo parece valer à pena...
Voltando a questao da maldade, esta por vezes parece ser algo desumano. E desta forma o simples desrepeito a regras morais talvez nao faça de ninguém uma pessoa ma, ja que entendemos que é humano violar a maior parte da regras, pode até nao ser bom, mas é humano.
Talvez entao a maldade seja desrespeitar as regras de humanidade, mais do que as regras de convivência. Mas eu nao sei se existem tais regras de humanidade.
Pode a maldade ser a total falta de bondade?
Ou serei eu ma por ter transgredido a moral???