sábado, dezembro 13, 2003

Quebra de preconceitos

Não é apesar, mas exatamente por causa de tudo, viver vale à pena.

Estou lendo "Noites Tropicais", de Nelson Motta, e estou admirada com a vida dele e de todos nos anos 60 e 70 (estou começando os 80 agora). Tudo começa com a bossa nova e não poderia começar melhor. E sendo memórias, tudo parece ainda melhor (como parece ser o que diz Apolônio Brasil, filme Hugo Carvana, outro saudosista que não deixa de viver o presente. Ainda não vi o filme, mas lia ótima crítica da contra campo).
E faz você, ou pelo menos eu, se sentir bem com a sua vida, enxergar os pequenos grandes momentos e sonhar com os próximos. Porque cada vez mais descubro que a vida não termina nos 20, como de se certa forma imaginava.
Ter mais contato com pessoas de mais de 30 anos (e talvez o fato de admirar e ter me apaixonado por uma dessas pessoas, logo aquele que eu já conhecia, ou talvez exatamente por isso, ou porque sempre o admirei mas nunca me permiti algo mais, provavelmente porque ele é casado, mas Freud e a psicanálise abalaram os valores que eu considerava inabaláveis) me permitiu acabar, ao longo do ano, com a noção de que se tem de chegar aos 30 casada e com filhos, porque é isso que se faz na década de 30.
Casada ou solteria, com ou sem filhos, existe vida inteligente para além, muito além!