"Com 007 viva e deixe morrer num outro dia"
007 - Um Novo Dia para Morrer / 007 - Die another Day
À primeira vista o roteiro de "Um novo dia para morrer" é quase tão fantástico quanto o de "O Senhor dos Anéis". A cena de Bond surfando com o pedaço de um trenó de gelo numa onda criada pela queda de uma geleria quase faz você rir, não fosse pelo fato de que sua adrenalina está tão alta que não dá para rir, a não ser de nervoso. Em outras cenas a gente ri mesmo, como nos diálogos apimentados de Jinx e Bond. O fato é que este é um filme pipoca, que se assume pipoca, que não liga para o fato de que alguns elementos surgem meio do nada e que outros são incríveis demais como o carro invisível.
O roteiro poderia ser melhor, claro que sim, mas isso compromete menos do que poderia. E, frente a atual conjuntura mundial o roteiro ganha alguma credibilidade pois uma guerra contra a Coréia do Norte é possível, parece haver um ditador e seu filho no comando deste país (pelo menos é o que nos informam os jornais) e os ingleses realmente ainda querem policiar o mundo mas têm de responder ordens dos poderosos americanos. Então, o roteiro tem seus defeitos mas também algumas qualidades. Mas, de qualquer forma, sendo do jeito que é, o filme já é divertido pacas!!! Nada de tentar fazer as coisas parecerem verossimilhantes, nada de tentar imitar o estilo da época de Sean Connery, dessa vez o filme se quer interessante, ágil, charmoso, engraçado e consegue ser isso tudo.
A direção de Lee Tamahoshi é "modernosa", com cortes rápidos, estilo MTV, é sim, principalmente nas cenas de ação, mas funciona e isso é o que importa.
Pierce Bronsnam ainda é um ótimo James Bond, até melhor neste filme quando se mostra um pouco mais falível. O charme continua todo lá, mesmo com as rugas e alguns cabelos brancos, que talvez até adicionem mais charme. A Jinx de Halley Barry é uma personagem interessante, apesar de em alguns momentos parecer a Tomb Raider. Sua interação com Bond é ótima e deveria ser repetida.
Os vilões são maus e isso já é o bastante. As armas secretas continuam sendo incríveis e os personagens clássicos continuam lá, como M e Q, que não poderiam ser melhor representados do que por Lady Judi Dench e Jonh Cleese. Falando em elementos clássicos, sendo este o vigésimo filme de 007, há várias pequenas homenagens, citações à cenas clássicas da história da série cinematográfica que são uma diversão a mais.
Quanto a trilha sonora, que também tem sido muito criticada, digo que me assustei quando comecei a ouvir o tema "Die another day", principalmente porque não reconheci a voz de Madonna (ah! as novas tecnologias musicais...). Mas ao final da abertura (estilosa e diferente ao ser aproveitada para contar parte da história, no caso os meses de tortura de Bond) a música já tinha "grudado" nos meus neurônios e acabei gostando. O resto da trilha é também moderno e serve muito bem ao filme.
Critiquem o que quiserem mas lembrem-se: Diversão é solução, sim!!! E Bond ainda é James Bond!!
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