Decidi começar a viver..."
29, Legião Urbana
Que venha 2009 e meus trinta anos. Quem sabe eu me livre dos meus próprios clichês.
"We are such stuff
As dreams are made on; and our little life
Is rounded with a sleep."
William Shakespeare, The Tempest, Act 4, Scene 1.
sabe... ja sonhei bastante... queria em um outro momento ler um texto assim... feito p/ mim! como procurei... de rpente essa é a graça né? Eu Hoje, sábado, 02 de agosto de 2008 O engraçado é que a pessoa em quem pensava ao escrever esse texto nem deve ter lido, nem sabido dos meus pensamentos. Foi inspiração, talvez alguém ou um sentimento que existiu mais em meus pensamentos e imaginações . Fico pensando o quanto me perco na procura do outro, o quanto fantasio um outro perfeito e não perco a oportunidade de enxergar o próximo ao lado. Talvez me perca tentando me achar. Será essa a graça, Eu? ;-) |
My Blueberry Nights (Um Beijo Roubado)
Wong Kar Wai, 2007
Às vezes é necessário que nos afastemos de nosso lugar de origem para que possamos ter uma outra percepção do que nos rodeia. Às vezes estar num outro lugar que nos é estranho, que não causa a familiaridade da origem permite a emergência de algo novo em nós mesmos. Talvez o já conhecido evoque mais racionalização e crítica (mas não sem sentimento), e quando estamos diante de algo novo apareça mais o afeto puro, ainda sem muita possibilidade de crítica, pois ainda não conhecemos aquilo que nos aparece.
O (primeiro) filme americano de Wong Kar Wai me fez pensar nisso. Talvez por ter me parecido seu filme mais sentimental, de um diretor cujos filmes sempre me pareceram marcados por sentimentos enormes, mas reprimidos, impossíveis. 2046, seu filme anterior, me fez pensar exatamente na (im)possibilidade do amor. Mas este My Blueberry Nights (cujo título brasileiro é simpático á doçura do filme, na verdade os títulos brasileiros dos filmes de Wong Kar Way são sempre bons) fala exatamente da busca de possibilidades. Começa com um fim de relacionamento, que leva ao um encontro. Norah Jones (que funciona como atriz, sua inexperiência parece ser utilizada pelo diretor exatamente para marcar a experiência de uma jovem inocente, no sentido de não prejulgar, criticar, de tomar as experiências como algo novo, como uma primeira vez, inexperiência cinematográfica vira inocência de olhar sobre o mundo) e Jude Law (maravilhoso, sempre, charmoso, sempre) se conhecem em meio a outras histórias de cada um, principalmente a dela. Mas Norah/Elizabeth vai embora, fazendo talvez a escolha menos usual, tal qual escolher a blueberry pie do título. Se aventura sozinha na América, não fugindo de uma nova história de amor (mantém cartões postais que contam sua vida para Jude/Jeremy), mas como se fosse necessário procurar algo de si mesma ao se aventurar, para poder retornar e começar um novo amor. Para que este seja realmente novo. A aventura, o risco, está na viagem, na solidão, na falta de certezas marcadas. Mas o que aparece nessa viagem são os encontros de outras pessoas, de outras possibilidades, espelhos que permitem a Elizabeth se reconhecer e descobrir nas diferenças de reflexo. E ao final, bem, ao final descobrimos nós que Wong Kar Wai também se permitiu uma nova escolha, talvez um momento de se reconhecer no reflexo do espelho americano e fazer um conto mais doce que os seus anteriores. Talvez um olhar inocente sobre uma outra cultura tenha permitido uma expressão mais sentimental que reprimida (ainda que essa repressão fizesse transbordar o sentimento, espelhando, permitindo identificação e encantamento...). Diferente, ainda que sendo a mesma base. Agridoces noites, mais doces... :-)
You Act Like You Are 25 Years Old |
You are a twentysomething at heart. You feel like an adult, and you're optimistic about life. You feel excited about what's to come... love, work, and new experiences. You're still figuring out your place in the world and how you want your life to shape up. The world is full of possibilities, and you can't wait to explore many of them. |