sábado, dezembro 31, 2005
terça-feira, dezembro 27, 2005
sábado, dezembro 24, 2005
sábado, dezembro 10, 2005
Ou não...
Quando criança achava essa música brega. Talvez ela continue sendo, mas hoje faz sentido.
"Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer..."
Roberto e Erasmo
Tenho para lhe falar também. É provável que você já saiba, mas a dúvida me corrói, gera ansiedade. E por isso, hoje, aqui, nesse espaço pseudo-público (quem lê??) declaro que sou apaixonada por você. Apesar de tudo. Da impossibilidade, da minha consciência disso, da minha racionalidade, e o que mais? Talvez apesar do céu ser azul, o sol amarelo e as estrelas cintilarem. Lhe tenho esse afeto e pronto. Iniciado antes do que possa supor. Fique zangado não, tá? A idéia nunca foi essa e continua não sendo. Simplesmente sou muito menos racional do que pareço, perco o controle com mais facilidade do que imagina. Já tem um tempo que venho descontruindo minha imagem de menina superperspicaz. Aceitar e pode dizer-lhe isso faz parte desse processo. De me tornar uma pessoa diferente, para mim e para os outros a minha volta.
Então é isso.
"Como a gente achou que ia ser..."
Damian Rice / versão de Ana Carolina e Seu Jorge
domingo, novembro 27, 2005
sábado, novembro 26, 2005
" Namorar é fazer pactos de amor com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível
de durar. "
M ela fizera pacto com uma ilusão. Um pouco mais real que todas as outras mas ainda assim algo que exitira apenas em sua mente. Não que seu objeto de afeto não existisse. Algumas sensações não são imaginárias, e após cada encontro ela sabia disso. Mas a ilusão que criou, meio que sem saber, pois sabia que não podia, essa fora só sua. Não podia lhe dizer o quanto representara para ela.
Mas porque não podia?
terça-feira, novembro 22, 2005
Shyamalan é genial. Talvez eu seja exagerada. Mas acho que não. Seus filmes nunca são sobre um tema só, sempre têm mais de uma camada. Revendo Sinais, mais uma vez, pensei nisso. Filme sobre medo? Filme sobre alienígenas? Filme sobre fé? Filme sobre relãções familiares? Sobre tudo isso e mais alguma coisa?
Acho que é sobre tudo isso. E consegue isso de forma magistral. Assusta, emociona, prende a atenção. E tudo isso contando uma história de persongens, gente como a gente, meio estranhos, com seus defeitos e dúvidas. Não há heróis nos filmes de Shyamalan. Mesmo no filme sobre heróis (Corpo Fechado/Unbreakable) ele subverte essa idéia da perfeição.
Para Shyamalan não somos perfeitos, mas ainda assim ele acredita na humanidade. Retrata-a de forma carinhosa, ainda que não negando as falhas individuias humanas (A Vila). Mas acreditando que há algo pelo qual vale à pena em cada um. Acredita na redenção, ainda que para isso haja sofrimento (todos os filmes, incluindo o primeiro sucesso Sexto Sentido, no qual a redenção vem após a morte, e no entendimento e aceitação da mesma).
Humanista esse Shyamalan. E um homem de fé. Na humanidade e suas necessidades, erros e belezas.
Cadê o próximo filme dele???? :-)
domingo, novembro 13, 2005
(Baden Powell e Vinicius de Moraes)
quinta-feira, outubro 20, 2005
Belo Horizonte é cidade de nome bonito. Nome que fala de esperanças, de horizontes.
Cidade de ladeiras, a lembrarem filme americano de perseguição de carros. Um centro de cidade com prédios cosmopolitas ao lado de outros de 40, 50 anos atrás. Muita gente nas ruas. Polícia Montada. Falavam de violência. Voltei intacta!
Cidade que nos recebeu com noites estreladas, agradabilíssimas. Música de metrópole para dançar até de manhã cedo. Acho até que esquecemos as estrelas...
Cidade de pontos turísticos que se perdem, frente a graça e simplicidade dos lugares comuns. Tão comuns que quase parecem com os de qualquer outra cidade dita grande. Mas que guardam uma certa mineirice, um convite a ser menos expansivo, ainda que não menos alegre. Talvez seja a quietude, um certo ar de respeito pelo alheio. Ou ensimesmamento. Mas cheio de afeto e cuidado.
Cidade que me permitiu conhecer melhor gentes boas, que estranhamente moram no mesmo Rio que eu, estudam onde estudei, mas ainda não conhecia tanto. Onde entendi, mais uma vez, que a vida é simples. Sei que ainda esquecerei mais algumas vezes. O tempo que se perde...
Enfim, cidade que convida ao cotidiano, ao fim dos sonhos em prol do real. Ou, talvez, seja melhor dizer que convida-nos a enxergar o horizonte, e não ficar apenas a sonhá-lo.
Cidade interessante, essa BH.
domingo, agosto 14, 2005
quinta-feira, agosto 04, 2005
Suas escolhas.
Seus atos.
Suas idéias?
Seus ideais?
It was just my imagination
Running away with me
Ouvia a música de sua adolescência e de repente era como se tivesse traído seus ideais. Não era o que realmente quisera ser. Era um fantasma dos seus sonhos. Uma cópia mal acabada. O que se tornara? Uma alienada em todos os aspectos de sua vida, que tentava ir além mas sempre acabava desistindo. Desistia dos ideais de forma tão fácil que hoje se perguntava o que sobrara. O que queria. Era como se tivesse se baseado em premissas falsas. Como se quisesse se enganar. Seria fácil se não soubesse. Mas vez por outra tinha o vislumbre de que tudo não passava de auto enganação, não era real.
Sua vida não era real.
E por mais que quisesse acreditar na fantasia, sabia que era mentira. E incomodava saber que vivia na mentira...
Mas também não tinha forças para romper com tudo. Tinha medo do que poderia vir. De ficar sem fantasia, sem nada.
Think of me when you close your eyes
But don´t look back when you break all ties
sexta-feira, julho 29, 2005
quinta-feira, julho 28, 2005
Sim, é muito mpb, os títulos parecem até de música do Caymi, mas tem rock no meio. Mais uma vez superando os gêneros e classificações os meninos fazem simplesmente música muito da boa!!
terça-feira, julho 19, 2005
domingo, julho 17, 2005
Conheceram-se no refeitório.
Ela sentada, quase imóvel, não ligando para a comida ou os demais ao seu redor. Olhava para o nada, parecia perdida em si mesma. Nem mesmo estranhava aquele lugar, apesar de ser seu primeiro dia ali.
Ele adentrou o refeitório falando com todos. Ao contrário dela que não conhecia ninguém muito menos fazia questão de conhecer, ele parecia conhecer e ser conhecido. Já fazia parte daquele ambiente e parecia gostar. Pegou sua bandeja, escolheu o que mais lhe apetecia do café da manhã e foi sentar-se na mesa com outros pacientes jovens.
Foi quando a viu na ultima mesa, sozinha e distante. Encantou-se, talvez por ela ser jovem como ele (a maioria dos outros eram mais velhos), talvez pela sua indiferença naquele meio onde todos, de alguma forma, chamavam a atenção. Parecia não se importar com tudo aquilo. Parecia fechada em si mesma de tal forma que o resto não lhe importava.
Parecia com ele.
Foi falar com ela.
Continua...
quarta-feira, junho 29, 2005
CORRUPÇÃO
Otávio Velho (professor aposentado de antropologia do Museu Nacional)
O uso do termo para referir-se a suborno, depravação, utilização de meios ilegais no serviço público etc. deriva do seu sentido geral como ato, processo ou efeito de tornar-se apodrecido. É interessante, assim, como a corrupção no terrreno jurídico-político deita raízes na observação de um fenômeno natural, certamente com a mediação da sua utilização no terreno da religião. Só que, na tradição cristã, a corrupção associa-se a uma grande anormalidade inicial: o afastamento dos seres humanos de Deus. É provável, portanto, que, no terreno jurídico-político, trate-se muito mais do controle da corrupção do que de acabar com ela.
O controle, portanto, deveria caber à lei. O que parece, no entanto, é que boa parte da vida social não é redutível a um quadro legal universal. Quase que se poderia dizer que os grupos sociais têm suas fronteiras dadas exatamente pelos limites dentro dos quais se praticam usos e costumes aceitos, mesmo que ao arrepio da lei universal. Exemplos não faltam, o que não deixa de levantar delicadas questões no manejo das relações entre o interno e o externo a esses grupos.
Não é à-toa que na política o decoro ganha proeminência. Os momentos de crise são em geral aqueles em que ele é atingido, seja pelo rompimento das regras não escritas, seja porque a disputa política leva uma das partes, como último recurso, a fazer apelo à lei universal, seja por ingerência externa. Nisso a mídia tem hoje importância decisiva na caraterização de escândalos.
Trata-se de não esquecer que o objetivo possível é aprimorar os controles, sem paralisar a política. Nem o irrealismo ou a demagogia dos que dizem pretender (até como arma política) acabar com a corrupção nem a penalização unilateral dos emergentes, obrigados a expor-se para romper os domínios tácitos. Talvez, então, daqui a dez anos não tenhamos tido nenhuma mudança dramática, mas teremos consolidado a democracia se tivermos resistido a golpes que pretendam interrompê-la ou restringi-la sob o pretexto de aperfeiçoá-la e se tivermos, até, alcançado alguma redução na corrupção. Poderíamos mesmo ter alguma mudança cultural resultado que não pode ser planejado, nem colocado como condição inicial.
REPRESENTAÇÃO
Renato Lessa (professor de teoria política na Iuperj)
Dá-se por suposto que o problema da representação política decorre de problemas de escala. O gigantismo dos eleitorados, a extensão dos territórios e a complexidade da agenda pública tornariam impraticável uma organização política fundada na participação direta dos cidadãos. O curioso é que tal princípio foi inventado e desenvolvido quando os eleitorados eram ainda diminutos, o que faz da suposição algo aparentado da superstição.
Para James Madison, um dos clássicos na matéria, o ?esquema da representação? é o que distingue a idéia moderna de república da de democracia. Mais do que um desdobramento natural do princípio clássico da soberania popular, a representação é um artifício pelo qual poucos e bons falam pelos muitos e nem tão bons assim. Ela, na verdade, é um filtro, cuja principal finalidade é a de reduzir os impactos possíveis da potência da ?multidão? sobre a ordem política.
O que resulta da operação e tal filtro é o que, de forma mais apropriada, deveríamos designar como governo representativo. As democracias realmente existentes são regimes nos quais eleitorados coexistentes à população adulta fazem-se representar por meio de mecanismos eleitorais. Se levado a sério, o desenho indica que a relação crucial é a que se estabelece entre representantes e representados, no sentido de torná-la mais densa e genuína.
O pior cenário para o governo representativo é o da redução da representação a um mecanismo no qual os representantes representam a si próprios e no qual a relação mais significativa é a que se estabelece entre eles e o governo. Qualquer analogia com os dias que correm não será acidental.
In Mais, página 6, Folha de São Paulo, domingo, 26 de junho de 2005.
quinta-feira, junho 09, 2005
-Sim. Afinal, não pedimos a ninguém para sermos criados como indivíduos livres.
-É exatamente esse o ponto central em Sartre. Acontece que somos indivíduos livres e nossa liberdade nos condena a tomarmos decisões durante toda a nossa vida. Não existem valores ou regras eternas, a partir das quais podemos nos guiar. E isso torna mais importantes nossas decisões, nossas escolhas. Sartre chama a atenção precisamente para o fato de o homem nunca poder negar sua responsabilidade pelo que faz. Por essa razão, não podemos simplesmente colocar de lado nossa responsabilidade e dizer que "temos" de ir trabalhar, ou então que "temos" de nos pautar por certas expectativas burguesas quanto ao modo como devemos viver. Aquele que assim procede mescla-se a uma massa anônima e se transforma em parte impessoal dela. Ele foge de si mesmo e se refugia na mentira. De outra parte, a liberdade do homem nos obriga a fezer de nós alguma coisa, a ter uma existência "autêntica" ou verdadeira.
Sofia Amundsen e Alberto Knox, em O Mundo de Sofia, pág.463, de Jostein Gaarder, Ed. Círculo do Livro, 1991.
domingo, junho 05, 2005
sexta-feira, junho 03, 2005
E assim ia, colecionando memórias. Enquanto tentava mesmo era entender porque repetir (um momento) deveria ser melhor que perder-se (num momento).
quinta-feira, maio 19, 2005
Ainda que pareça um filmão B, com uns diálogos meio toscos, de alguma forma Star Wars guarda uma mitologia realmente envolvente, emocionante e inteligente. E que faz todo o sentido neste último filme. Não dá pra explicar como este que é apenas o terceiro filme é ao mesmo tempo o último. Só vendo para entender.
Vadia e mítica"
Te ver, Skank
Já sei, mesmo 3 horas antes de ver o filme, que em Episódio 3 Yoda fala a Anakin sobre o desapego ás coisas, que isso serai importante para que ele se tornasse um Jedi. Sabemos todos que ele vai trilhar o caminho contrário, talvez exatamente por não conseguir se desligar dos seus afetos. Me pergunto ocorre isso, esse desapego. Até faz sentido que tudo se torne mais simples sem afeto: sem anseisos, angústias, cobranças. E sem esperanças e fantasias. Com uma carga de desejo milimetricamente controlada para ser satisfeita com o que é possível e nada mais.
Será Darth Vader mais humano que os Jedis? Provavelmente não tanto mas quem sabe não é a humanidade de Anakin, manipulada, que permite tornar-se Darth Vader.
E eu ainda nem vi o filme...
terça-feira, maio 10, 2005
- Tente imaginar que tudo o que vivemos acontece na mente de outra pessoa. Nós somos essa mente. Não possuímos, portanto, uma alma própria. Somos a alma de outro. Até aqui estamos no campo da filosofia. Um campo que nos é familiar. Berkeley e Schelling iriam aguçar seus ouvidos. [...]"
Alberto Knox, in O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, pág. 361, Ed. Círulo do Livro, 1991.
E se não passamos de produtos de uma consciência maior? E se nesse caso tivermos de aceitar que nossos pensamentos, nossas criações e fantasias podem ter vida? E se por um momento tivermos de aceitar que o mundo não gira ao nosso redor, que podemos tão ser tão responsáveis por nossas vidas quanto essas palavras estão sendo por se autodigitarem? Mas e se ainda assim existir um liver arbítrio?
Paralamas do Sucesso
Vai sempre ter alguém
Com mais dinheiro, mais respeito
mais ou menos tudo que se possa ter
Vai sempre sobrar, faltar
Alguma coisa somos imperfeitos
e o falta cega pro que já se tem
Eu não te completo
Você não me basta
Mas é lindo o gesto de se oferecer
O que eu quero nem sempre eu preciso
Mas de um sorriso quando me entender
Seja você
Seja só você
segunda-feira, maio 02, 2005
Olhava para o céu à tardinha, à procurá-la
Ansiosa pelos desejos
Ainda hoje olho para o céu ao entardecer
À procura da mesma estrela
Mas já não cobro que realize desejos
(Isto é incubência minha, já entendi)
Apenas que não me permita esquecer os sonhos
sexta-feira, abril 22, 2005
quinta-feira, abril 21, 2005
sábado, abril 09, 2005
Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu."
Introdução do livro O Restaurante no Fim do Universo, a continuaçào inteligente e divertida de idem O Guia do Mochileiro das Galáxias, ambos de Douglas Adams.
sexta-feira, março 25, 2005
Como dizem meus barbudos favoritos:
Sem ter porque, sem ter razão
Adeus você, Los Hermanos
E ainda, lembram-se de período Barroco, do regaste dos conceitos Clássicos? Ou, mais simples, de Sociedade dos Poetas Mortos?
quinta-feira, março 17, 2005
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
Futuros Amantes, Chico
É possível que essa música já tenha aparecido nesse espaço virtual. É linda, simples (pelo menos aparentemente) e bela. E faz tanto sentido (de tantads e tantas formas) que lembrei dela uma vez ao ver, de Niterói, o Rio coberto de nuvens. Melhor dizendo, não vi o Rio, só vi nuvens e chuva. Imaginei (e cantei) uma cidade submersa...
domingo, março 13, 2005
O Guia do Mocheliero das Galáxias, de Douglas Adams
É um livro de ficção científica, de 1979, muito bem humorado, num estilo MIB. Mas é também um livro que tem a passagem acima, que parece saída do editorail de algum jornal importante de qualquer país democrático (ou não) de nossos tempos. Há que se considerar um livro "de gênero" ,e seu autor, que é crítico para além de seu pre definido gênero. E Douglas Adams consegue isso em O Guia do Mochileiro das Galáxias.
sexta-feira, março 11, 2005
De cada amor tu herdarás só o cinismo, de Arthur Dapieve
E Dapieve escreve num misto de Nick Hornby, Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca. Uma salada que rende um livro a ser lido de uma só vez. Ah, ainda tem um capítulo que eu, que não sou conhecedora, achei ter algo a ver com o jornalismo gonzo. Salada interessante sobre o universo masculino.
quinta-feira, março 10, 2005
De cada amor tu herdarás só o cinismo, de Arthur Dapieve.
Dapieve, em sua prosa simples, quase parecendo simplista, consegue no seu primeiro romance passar além da enxurrada de referências a cultura pop e enxergar também um pouco dos relacionamentos no século XXI (que no fundo não devem ser assim tão diferentes daqueles do século XII: homem e mulher, ou seja duas pessoas, que se querem e todo o resto de si mesmos e do mundo a atrapalhar). Não, não é Nick Hornby, mas consegue prender a gente ao livro. Como nas suas crônicas.
domingo, março 06, 2005
It's not a tv series
It's The X Files
domingo, fevereiro 27, 2005
terça-feira, fevereiro 22, 2005
(Alguém precisa bancar a adaptação de Cavaleiro da Trevas logo. O Clint tá ficando velho e por mais que devesse não via ficar aqui pra sempre, pois apesar de ser um super herói -quando li a HQ tive certeza de que só podia ser inspirada nele...- seus filmes provam o quão humano ele é!)
sábado, fevereiro 19, 2005
Luiza conhecia Luiza desde pequena. Sempre ouvira em sua casa a música pela qual recebera seu nome e seu destino. Quando criança encantava-se com a descrição da lua. "Lua, espada nua, bóia no céu, imensa e amarela, Tão redonda a lua, como flutua, Vem navegando o azul do firmamento". Encantava-se com imagem da lua como um grande navio redondo passeando pelo céu. Sorria com o pai quando este, ao ver a lua junto com ela, cantava o trecho favorito da filha.
Mais tarde Luiza se tornou uma esperança. Apaixonava-se sempre esperando que aquele fosse ser seu "pobre amador apaixonado". Mas Luiza, filha de escritor e professora, neta de advogados, moradora de Ipanema, estudante da PUC, conhecia até alguns trovadores cheios de estrelas. Mas as estrelas tinham brilho fugaz. Luiza, para não desmentir seu destino, se fazia de difícil e esperava por aquele que se atreveria a descobrir seu coração embaixo da neve.
E Luiza ficou esperando pelo trovador que descobriria nela a rosa louca. Esquecia, logo ela estudante de Literatura, que trovadores eram figuras da Idade Média. Não entendia que se a rosa era ela, não precisava de um outro para se descobrir. E perdera-se em acreditar no destino descrito pela música. Ficou esperando pelo destino que lhe tinha sido presenteado desde o início. A música contava sua vida para que fosse em busca dela, não para que ficasse esperando por ela.
Luiza talvez devesse ter se chamado Carolina.
Tinha sono mas não queria dormir. Lutava contra aquela sensação a qual sempre se entregara com facilidade, aos braços de Morfeu como dizia seu pai. Porque não aceitava aquele pequeno prazer que restituia suas forças e seus sonhos? Talvez porque dessa vez dormir significava matar mais rapidamente seu sonho real. Acordaria no dia seguinte, quando tudo estaria igual. Nada acontecendo. E teria mais certeza de que não o fim não era fruto de sua imaginação.
Queria duvidar para poder sonhar. Acordada.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
domingo, fevereiro 13, 2005
Não mentirei a vocês, desejo viver 4 quartos completos. Pouco provável, sei eu, (não, não sou uma pessoa muito saudável) mas é um pequeno sonho de participar por 100 anos da vida e história desse planetinha...
É reconfortante pensar que todo fim contém em si um outro início. Quero acreditar nisso. Talvez queiramos todos, não? É uma forma de aliviar a tristeza inerente ao fim. E se no caos aparente do Universo existe algo de inteligente e elegante, como também por muitas vezes parece, então essa Inteligência pode ter sido generosa o bastante para nos conceder sempre um início em todo e cada final.
E a aventura não termina, ainda que assim pareça. Tudo não passaria de nossas próprias ilusões e conclusões preciptadas. Coisas de seres que não entendem o todo, só veêm as partes...
(Claro está que isso tudo é construção, partindo da importância dos 25 anos e seus ciclos ao longo da vida.)
I want to believe! ;-)
"...
Pega a viola o repentista
Conta em versos que o grande artista
Da Dinamarca voou foi além
Como um cisne altaneiro
Hans Christian Andersen
..."
Uma delirante confusão fabulística samba-enredo de 2005 do G.R.E.S. Imperatiz Leopoldinense
Só pra constar que minha escola favorita de sempre trouxe o samba mais lindo desse ano, na minha opinião, claro!
sábado, fevereiro 12, 2005
Trecho de diálogo do belo filme Contato.
Porque a solidão persegue os seres, quer seja aqui, em Pensacola ou Vega. E nós vivemos a nos encontrar, na tentativa de mitigá-la... :)
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Céu azul
Nuvens brancas
Sol amarelo
Folhas verdes
Cores
Comprimentos de ondas
Que aos nossos olhos
(e a todo o resto de nosso ser)
São simples e belas cores
Mas o céu por vezes é laranja, rosa, vanilla
As nuves cinzas, quase negras
O sol avermelhado
As folhas, amareladas
Nada é tão simples que não possamos complicar
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
Pierrot, Los Hermanos
E os foliões se divertem!!
E a Unidos da Tijuca trouxe, mais uma vez, um enredo interessante, bem elaborado e, creio eu, capaz de aguçar a curiosidade dos foliões: A Imaginação. Com soluções de fantasias simples, diretas e bonitas a escola falou de Don Quixote, Drácula e até Atlântida. Sem didatismos creio que o carnavalesco Paulo Barros foi capaz de plantar a "sementinha do saber" (lembrando Elcio, antigo professor de matemática) ano passado, com belíssimo desfile sobre a Ciência,e esse ano, as sementes da critividade e da curiosidade em muitas pessoas.
Parabéns à Unidos da Tijuca! E que seus temas continuem assim!
misteriosas civilizações,
cidades perdidas encontrar,
tesouros que atraiam gerações
...
Entrei por um lado,
sai pelo outro a cantar,
e quem quiser
invente outro lugar,
o meu paraíso,
local mais perfeito não há,
faço do Borel a Shangri-lá!"
domingo, fevereiro 06, 2005
Relendo este blog percebi que faltou algo no post sobre a teoria do frisbee (de autoria do Edson). Disse que não concordava mas não disse o porquê. Na verdade é por uma causa simples, mas creio eu nobre. Falta afeto na teoria. Quando o teórico diz que simplesmente troca-se de frisbee, parece estar me dizendo que ele resolveu jogar uma camisa velha fora. Não se joga pessoas fora ou para o alto, a não ser por raríssimas exceções de decepções profundas. O desejo, em se falando de relacionamentos amorosos, pode acabar, não ser possível, mas aquilo que une seres humanos (o tal "sintoma") permanece. É por isso que acredito que amizades, tal qual famílias, duram para sempre. E os amores, contanto que mútuos.
sábado, fevereiro 05, 2005
Soldados-robôs lutarão no Iraque
Chamados de Swords, eles carregam câmeras com lentes de visão noturna e metralhadores M240 que podem disparar até mil tiros por minuto. A primeira leva chegará ao Iraque no início de março.
São Paulo - O exército dos Estados Unidos começa a enviar, no início de março, 18 soldados-robôs para lutar no Iraque. Chamados de Swords, sigla em inglês para Sistemas Especiais de Observação, Reconhecimento e Localização de Armas, eles são operados por controle remoto, carregam câmeras com lentes de visão noturna e metralhadores M240 que podem disparar até mil tiros por minuto.
De acordo com o site The World News, cada máquina custou ao governo norte-americano cerca de 200 mil dólares. Para os especialistas, os Swords valem até mais: além de poupar a vida dos soldados reais, eles não precisam de treinamento nem de motivação para matar o inimigo.
João Magalhães
In Estadão
Será que mais alguém, ao ler essa notícia, teve a certeza de que James Cameron não apenas dirige filmes, ele prevê o futuro!! E o pior é que no mundo real o Exterminador que virava aliado virou governador da California...
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
as dreams are made of,
and our little life
is rounded with a sleep."
The Tempest, Shakespeare
E o homem de Stratfford Upon Avon sabia muito antes de Freud que somos feitos da mesma matéria dos sonhos. E se assim é como lhe parece, será que todos os sonhos se realizam???
do filme Ruas de Fogo, cuja maior qualidade é exatamente essa música.
terça-feira, fevereiro 01, 2005
Num relacionamento existem dois papéis possíveis: o de jogador de frisbee e de frisbee propriamente dito. Ao final de um relacionamento o jogador arremessa o prato, que vaga pelos ares à espera de ser pego por outro jogador que irá utilizá-lo como prato e depois arremessá-lo.
Essa é a teoria de um amigo (só podia ser de um homem) para explicar relacionamentos, creio que principalmente os breves. Acho que Closer inspirou-o muito, faz sentido até porquê ele me disse que viu afeto bastante no filme...
Ainda assim, se você gostou da teoria (eu não...) e ainda não definiu seu papel, escolha um e aproveite o carnaval para sair em busca de um prato ou de um jogador...
e as músicas do fim...
"É o fim, é o fim
Deixa eu brincar de ser feliz
Deixa eu pintar o meu nariz
Deixa eu bricar de ser feliz
Deixa eu pintar o meu nariz"
Los Hermanos
E ainda deles, a já citada (e por mim entoada ao longo do meu último plantão):
"Veja você, onde é que o barco foi desaguar..."
Mas essa é hours concurs:
"And in the end
the love you take
is equal to
the love you make"
Beatles
domingo, janeiro 30, 2005
(Se soubesse trabalhar com midis até tentava colocar música para ouvir. Mas essa é bonita mesmo lida, ainda que seja linda, linda, se ouvida.)
Conversa de Botas Batidas
Marcelo Camelo / Los Hermanos
Veja você
Onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria o amor
Deus parece às vezes se esquecer
Ai, não fala isso, por favor
Que esse só o começo
Do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida
Que a gente vai passar
Veja você
Onde que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Prum amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre a cortina pra mim
Que eu não escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Prum amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Diz quem é maior
Que o amor
Me abraça forte agora
Que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além
Vão dizer
Que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
Vai cair
Comentários: É minha música favorita do Los Hermanos e uma das mais bonitas que já ouvi. Não é um rock propriamente dito, ou pelo menos não é feita "só" de guitarras e bateria. Tem um arranjo muito inteligente e sensível, variações belas, metais que são tão importantes quanto as guitarras e termina com um coro da banda!! E, ainda tem uma lenda. Dizem que é a "história" de um casal de amantes idosos que morreram no desabamento daquele prédio da rua do Rosário, há alguns anos. Música bonita e melancólica, mas feliz, já que a gente termina de cantar com um sorriso no rosto. :)
domingo, janeiro 23, 2005
Já este 2005 começa com "Closer", um filme sobre relacionamentos que tem uma visão crua, quase cruel, fria, praticamente desprovida de sentimentos. Há pouquíssimos momentos de afeto no filme, quase todo o tempo os quatro personagens parecem movidos pelo puro e simples desejo, sem sentimento. Bom e interessante filme, ainda que mantenha um tom bastante teatral (é uma adaptação de uma peça). Mas acho que a tríade de 2004 é mais feliz no seu retrato do que nos move nos relacionamentos. Ao chegar perto demais do tal desejo que seria o condutor de nossas vidas, o autor Patrick Marber (ou talvez o diretor Mike Nichols) esqueceu do sintoma afeto, que permeia, dificulta mas também colore e permite que tenhamos essa certeza que tudo vale à pena. (Se a alma não é pequena, como escreveu Pessoa).
sábado, janeiro 22, 2005
Diálogo:
- Menina, será que nossa sina é sempre se despedi?
- Não, Zé, nossa sina é sempre se encontrá.
Música (cantiga de roda):
Que lindos olhos
Que lindos olhos
Tem você
Que ainda hoje
Que ainda hoje
Eu reparei
Se eu reparasse
Se eu reparasse
Há mais tempo
Eu não amava
Eu não amava
Quem amei
domingo, janeiro 16, 2005
É o caso de se encontrar sentido para um tema de monografia numa palestra sobre A Linguagem do Road Movie. Se bem que, é só aprofundar um pouquinho a idéia para ver que existe relação. Afinal, road movie é filme de estrada, filme de pessoas que viajam e que se sentem estranhas em algum lugar e se o tema da dita monografia é Viagem Patológica, a afinidade é bem clara, não?
Não me parecia, mas acabou sendo e rendeu algumas idéias para pensar. E, melhor de tudo, rendeu estímulo.
Moral da história: vale à pena fazer aquilo que se quer, mesmo que pareça sem razão!! ;)
sexta-feira, janeiro 14, 2005
"Talvez não baste somente um prólogo para este livro; e afinal restaria sempre a dúvida de que alguém que não tenha vivido algo semelhante possa familiarizar-se com a vivência deste livro mediante prólogos. Ele parece escrito na linguagem do vento que dissolve a neve: nele há petulância, inquietude, contradição, atmosfera de abril..."
"... Toda filosofia que põe a paz acima da guerra, toda ética que apreende negativamente o conceito de felicidade, toda metafísica e física que conhece um finale, um estado final de qualquer espécie, todo anseio predominantemente estético ou religioso por um Além, Ao-lado, Acima, Fora, permitem perguntar se não foi a doença que inspirou o filósofo. O inconsciente disfarce de necessidades fisiológicas sob o manto da objetividade, da idéia, da pua espiritualidade, vai tão longe que assusta..."
"... essa vontade de verdade, de "verdade a todo custo", esse desvario adolescente no amor à verdade - nos aborrece: para isso somos demasiadamente experimentados, sérios, alegres, escaldados, profundos... Já não cremos que a verdade continue verdade quando se lhe tira o véu... Hoje é, para nós, uma questão de decoro não querer ver tudo nu, estar presente a tudo, compreender e "saber"tudo. [...] Devíamos respeitar mais o pudor com que a natureza se escondeu por trás de enigmas e de coloridas incertezas..."
Bom, eu não me acho capaz de saber toda a verdade, mas ainda sou jovem (ou "adolescente desvairada") o bastante para acreditar na sua busca...
quinta-feira, janeiro 13, 2005
terça-feira, janeiro 11, 2005
Ainda que sim, isso tornará essa nova espécie melhor, pior ou só diferente??